Administração: Mirando mais Alto

   
(imagem: CardioTrek)


Em maio de 2008, o prof Gary Hamel reuniu 36 pensadores e empreendedores de renome para pensar "fora da caixa" e delinear quais seriam os 25 "Disparos à Lua" - visões de longo prazo - que a Administração deveria perseguir para os próximos anos. Fundamentos do tipo "ou vai ou racha" que orientarão o caminho da Administração futura. 

Nomes como Tim Brown,  Marissa Mayer, Andrew McAfee, Henry Mintzberg, Vineet Nayar, C.K. Prahalad, Peter Senge, Jeffrey Pfeffer e de instituições como Harvard, Columbia, Insead, Berkeley, MIT, LBS, McKinsey, Whole Foods e HCLT fizeram parte do grupo que redigiu os 25 pontos abaixo, que foram publicados pela Harvard Business Review em fevereiro de 2009.

Segundo eles, A Administração no futuro deve:

1. Servir a propósitos mais elevados - lucro e retorno sobre o investimento devem ser consequência e não propósitos das empresas. Causas sociais mais nobres devem ser o propósito principal das empresas.

2. Imbuir os conceitos de Comunidade e Cidadania - empresas são totalmente interdependentes da Comunidade e Cidadãos. Os sistemas gerenciais não podem negligenciar isso.

3. Humanizar a linguagem e a prática nas empresas - palavras como eficiência, vantagem, valor, superioridade, foco e diferenciação devem dar lugar a valores humanos atemporais como honra, verdade, amor, justiça e beleza.

4. Aumentar a confiança e reduzir o medo - a Administração tradicional prega a confiança, mas atua na base do medo. Esse sentido deve ser invertido.  A desconfiança desmotiva e o medo para lisa qualquer organização.

5. Reinventar o Controle - o excesso de controle poda a criatividade, o empreendedorismo e o engajamento internos. A revisão e supervisão dos Superiores deve ser substituída pela revisão dos Pares.

6. Inspirar a Imaginação - poucas pessoas tem acesso a poder criar nas empresas. O acesso deve ser irrestrito.

7. Expandir e explorar a Diversidade - tal qual na sobrevivências das espécies, nas organizações deve-se valorizar a diversidade, dissenso e divergência ao contrário da uniformidade, consenso e convergência.

8. Capacitar comunidades de Paixão - a paixão é um importante multiplicador do esforço humano e dá sentido à vocação de muitos profissionais.

9. Tirar o trabalho do Trabalho - humanos são mais produtivos quando o trabalho parece diversão. No passado a Administração conseguiu livrar-se da ineficiência, agora é hora de se livrar da mesmice e enfado do trabalho.

10. Compartilhar a definição da Direção - os visionários de ontem dificilmente verão os desafios e soluções para o futuro. A responsabilidade de definir a Direção futura deve ser compartilhada, pois assim gera o compromisso autêntico das equipes.

11. Aproveitar o poder da Evolução - prever é sempre difícil. Os métodos analíticos dão espaço a princípios biológicos: variedade (muitas opções), seleção (testes de baixo custo) e retenção (dobrar o investimento em ideias que tem mais tração).

12. Desestruturar e desagregar - flexibilidade. As empresas precisam aprender a desorganizar-se em unidades menores, mais fluídas, organizadas em projetos.

13. Criar mercados internos de ideias, talentos e recursos - os mercados abertos são mais eficientes em longo prazo para alocar recursos e investimentos que estruturas rígidas. 

14. Despolitizar o processo de Decisão - líderes de alto nível raramente buscam orientação na linha de frente, por arrogância que gera um viés por insuficiência de dados.

15. Flexibilizar a hierarquia - com base na contribuição e não na posição. 

16. Expandir a Autonomia - para que a linha de frente tenha capacidade de tomar decisões corretamente frente a problemas imediatos.

17. Mudar o foco do Líder para Mobilizador e Mentor - líderes agora são arquitetos sociais, empreendedores de significado. Devem criar o ambiente para suas equipes poderem trabalhar, muito mais que estar à frente dando ordens e decidindo tudo.

18. Democratizar a Informação - controlar a informação não será mais sinal de poder. Isso frustra o poder de decisão na ponta. Os sistemas de informação devem ser mais "holográficos".

19. Encorajar os Dissidentes - a inovação não vem dos incumbentes, senão dos dissidentes.

20. Desenvolver Indicadores de Desempenho holísticos - que não apenas focam os resultados trimestrais, mas ambientais e sociais de longo prazo.

21. Superar as opções excludentes - chega de "A ou B". Existem soluções do tipo "A+B".

22. Ampliar os horizontes temporais - remuneração e incentivos de curto prazo fazem o foco sempre ficar no curto prazo. Nenhum CEO quer comprometer seu fluxo de caixa atual para resultados futuros de longo prazo. Mas se a remuneração e os incetivos forem de médio-longo prazos essa abordagem muda com certeza.

23. Fortalecer o lado direito do cérebro - mais artístico, emocional e criativo. A Administração Científica necessitava mentes analíticas e racionais, atributos do lado esquerdo. Hoje os desafios demandam mais atributos do lado direito que aprendemos a ignorar no último século.

24. Reconfigurar-se para um Mundo Aberto - muitos modelos de negócios já contemplam a colaboração externa, muitas vezes até gratuita. A comunidade interna deve ser capacitada e energizada, muito mais que controlada de cima. 

25. Reconstruir seus alicerces Filosóficos - a Administração 2.0 precisa muito mais de profissionais de formação humana. Engenheiros e Contadores conviverão nas empresas com Artistas, Filósofos, Teólogos, Designers, Ecologistas e Antropólogos.

Difícil acreditar que isso venha a se tornar realidade?
Não se esqueça que a cem anos atrás também era difícil acreditar que a produção artesanal não-padronizada pudesse virar a Indústria que é hoje.

Pense nisso.

Para ler o artigo original (em inglês), acesse aqui.

:)
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