Autor: Gary Hamel & Bill Breen
Tradução de: The Future of Management
Editora: Elsevier-Campus
Ano: 2007
Páginas: 238
ISBN/EAN: 9-788535-226911
Avaliação < / >. : «««««
Excelente livro!
Diria que quase que mandatório para quem quer entender que rumos tomará a Administração e portanto os negócios nas próximas décadas.
Inúmeros são os desafios dos negócios modernos: a competitividade sem precedentes, a inovação tecnológica contínua, o aumento das demandas (por vezes a diminuição delas...), a crescente necessidade por capacitação e reciclagem, a acessibilidade, a sustentabilidade, enfim... A lista é bem grande.
Mas sem dúvida o maior desafio que os negócios irão passar em breve é o futuro da administração. Uma coisa é fato: a forma com que gerenciamos empresas de hoje com métodos desenvolvidos no século passado por pessoas muitas delas nascidas no século retrasado, essa forma de gerenciar vai mudar. Querendo nós ou não. E as organizações que primeiro se derem conta disso e procurarem adaptar-se o quanto antes, terão mais chances de sobrevivência e prosperidade.
Que o mundo está em constante mudança não é novidade alguma. O que é novo nas últimas 2 décadas é a velocidade com que isso ocorre. Vertiginosamente maior. O fato é que a 'mudança está mudando'. Nos negócios e na Administração não é diferente.
Segundo Hamel, são 3 os desafios mais terríveis para as Empresas no curto prazo:
1. Acelerar radicalmente o RITMO de renovação estratégica.
2. Tornar a Inovação função de TODOS na empresa, todos os dias.
3. Criar um ambiente de trabalho envolvente o suficiente para INSPIRAR os colaboradores a inovar e dar o melhor de si.
Existem outros desafios adicionais, mas seriam esses 3 os mais críticos e angulares para a Administração do Futuro. Não são os produtos e serviços que continuarão a mudar e constantemente. Isso as empresas já aprenderam (se não, deveriam!) bem a fazer. Serão os modelos de negócios, as estratégias, os valores e as competências que precisarão ser mudados a toda hora. A Inovação passa a ser o "produto" ou "serviço" principal de cada empresa. E a isso, elas NÃO estão acostumadas ainda.
A pergunta crucial que precisará ser feita todos os dias é: "Estamos mudando tão rápido quanto o mundo ao nosso redor?"
O objetivo dessa administração do futuro é construir organizações capazes de Renovação Contínua e SEM traumas.
Muito interessantes são os casos que Gary expõe de empresas que de alguma forma já antevem essas tendências e podem ser consideradas de vanguarda em termos de Administração Moderna: Whole Foods, W.L.Gore e Google.
Interessante é que essas empresas não necessariamente estão em mercados hype ou de alta-tecnologia, onde normalmente se espera práticas de vanguarda. Exceto a Google, evidentemente. Tome o exemplo da Whole Foods que atua no varejo pouco badalado de alimentos e que é exemplo de gestão moderna com inusitadas práticas de seleção, descentralização de decisão e responsabilidade. (Pretendo abordar esses cases em mais profundidade em posts específicos no futuro próximo).
Muito do conteúdo desse livro está também na ótima vídeo-aula de Gary Hamel sobre o assunto. Assista aqui no blog mesmo.
Veja também a palestra de Hamel no ExpoManagement sobre 'a Inovação na Gestão'.
Gary Hamel está entre os '50 Pensadores mais influentes de 2011'. Confira.
Bom. Depois, lá no futuro, não vai dizer que eu não avisei que vale ler esse livro e saber mais sobre as idéias de Gary Hamel...
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Bacana o tema. Porém gostaria de colocar dois contrapontos pois é preciso analisar os temas sob várias óticas.
ResponderExcluirHoje inovar parece ser obrigatório mas, nem sempre isso é possível (vide a teoria dos paradigmas). Muitas vezes no anseio de inovar a qualquer custo cria-se modelos não sustentáveis, bem melhor seria evoluir (a diferença entre a lebre e a tartaruga).
E, também, é preciso cuidado ao julgar os modelos de administração correntes. Só pelo fato de serem seculares não quer dizer que não funcionem, e bem. A coqueluche do momento em administração industrial é o Lean Manufacturing que tem origem no Sistema Toyota de Produção, datado do final da 2ª Guerra Mundial, que por sua vez é uma evolução no modelo Ford/Taylorista do ínicio do seculo passado.
Sem dúvida que o tema comporta contrapontos. Bem colocado.
ExcluirDe fato mtas empresas acabam buscando a "inovação-cega", apenas pelo fato de inovar, ou vago afã de fugir da inovação da concorrência. O que Hamel defende, sem dúvida é a inovação consciente, evolutiva. Mais que isso, é incutir na CULTURA da empresa a cultura da inovação e não da reação. Sem dúvida que em muitos setores e indústrias, as inovações, principalmente em Modelos de Negócios são mais lentas. Conforme vc coloca, a própria indústria automobilística respeita seu próprio ritmo. Mas métodos de produção hoje são apenas PARTE do negócio. Parte muito importante, sem dúvida, mas não a parte mais importante. Durante décadas o Sistema Toyota de Produção lhe conferiu diferenciação competitiva suficiente para colocá-la no topo do mercado. Diferenciação essa que já não é suficiente para lá mantê-la... hoje. Mas igual passou, um período antes, qdo as gigantes norte-americanas foram "surpreendidas" pelo lean nipônico e reagiram tarde demais. Vejamos o que a Tata está fazendo com o Nano. Evidentemente que o produto, como pioneiro tem suas deficiências, mas está inaugurando um novo tipo de negócio e mercado: automóveis super-baratos para a base da pirâmide social. Além disso, para viabilizar o baixo custo, a Tata está mudando seu modelo de negócio para uma produção pré-vendida, com fila de inscrição para se obter quase que o direito de comprar um Nano. Isso é capaz de mudar paradigmas no mercado automotivo a médio prazos.
Igual fenômeno ocorreu na bancarização, qdo o Mohamad Yunus inventou o banco dos miseráveis de Bangladesh e o "produto" microcrédito, hoje tão amplamente difundido na América Latina e que não necessita dos altos custos fixos de agência e funcionários. O próximo passo vai ser a bancarização móvel, que no final requer pouca inovação tecnológica. É imensa a população mundial sem acesso a serviços bancários, que se oferecidos a custos baixos, qdo não inexistentes passarão a contar com esse tipo de serviço. Isso sem dúvida afeta o mercado dos bancos "tradicionais", que convenhamos já tomaram uma bela pancada com a última crise, em um mercado que eles dominavam.
Outro exemplo clássico em que a inovação foi negligenciada foi o caso Kodak.
Mas note que o livro trata de inovação em GESTÃO. A forma em que as Empresas gerenciam os processos, mas acima de tudo PESSOAS. Métodos produtivos e tecnologias hoje são relativamente fáceis de se copiar. Culturas e Valores não.
Nas próximas semanas pretendo publicar mais a fundo sobre as 3 empresas que Hamel analisou: Whole Foods, WL Gore e Google. Depois de escrever o livro, Hamel tbem incluiu a HCLT em sua lista. Enqto não posto os 3 casos, vale uma visita à video-aula (link acima no post), que Hamel sem dúvida explica mto melhor que eu o tema. E tbem o caso da HCLT que virou livro do próprio CEO: http://bit.ly/ni92Qe
Repito, seus argumentos são todos válidos.
Mas o livro não trata das inovações "comuns" (se é que isso existe!), mas da próxima Revolução que vém por ai: a da Administração. E ai sim, a Empresa que não a identificar em tempo, pode ter o sistema produtivo mais moderno, que não vai conseguir competir. Não por falta de demanda, mas por falta de mão-de-obra e talentos. Os bons já estarão trabalhando nas Empresas no "novo modelo de gestão". Essa é a questão do livro.
Bem. Espero que tenha ajudado a esclarecer... e não complicar.
Blz?
Grato mais uma vez pelos comentários.
Forte abraço.
:)
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Leiam como o Salvador Arena administrava a sua empresa, a Termomecânica........
ResponderExcluirBacana.
ExcluirInteressei-me. Tem algum link para pesquisar e saber mais?
Grato pelo comentário e dica.
Abraço.
:)
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