Título: Estratégia Boa, Estratégia Ruim
Autor: Richard Rumelt
Tradução de: Good Strategy, Bad Strategy
Editora: Elsevier-Campus
Ano: 2011
Páginas: 283
ISBN/EAN: 9-788535-244007
:)
< / >.
O mais lúcido livro sobre Estratégia que já li.
Meta audaciosa não é Estratégia.
Missão-Visão-Valores não são Estratégia.
Querer ser líder de mercado, a empresa mais amada, o melhor lugar para se trabalhar... não são Estratégia.
Palavras de ordem, jamais desistir, ser inovadora... também não são.
Aliás meta alguma é Estratégia. Meta é meta. Meta é ONDE queremos chegar. O QUE queremos que a empresa alcance.
Estratégia é COMO chegar à meta. É identificar os obstáculos e definir COMO transpô-los.
De tanto se cansar em ouvir o termo 'Estratégia' ser empregado erroneamente nas últimas décadas, em 2007 o professor de Harvard e UCLA Richard Rumelt resolveu esclarecer o que é Estratégia e o que não é. Além disso, distinguir a Estratégia Boa da Estratégia Ruim, decorrente da má interpretação e aplicação do conceito. Estratégia virou um 'tique verbal' do discurso empresarial, segundo Rumelt. Tudo virou estratégia e estratégico.
Muitas empresas reúnem algumas dezenas de seus executivos de primeira linha em um hotel por uma semana para discutirem sua Estratégia para o(s) ano(s) seguinte(s) e saem do evento, além de energizados por uma meia duzia de palavras de ordem encorajadoras, com alguns números de metas e pontos estratégicos que devem alcançar nos próximos semestres e anos. Bem, isso não é Estratégia, é fixação de Metas. Essas metas podem até ser estratégicas, essenciais, importantes, mas não são A Estratégia, se não vierem acompanhadas de COMO chegar lá.
Segundo o prof. Rumelt, a Estratégia, uma vez dadas as metas, essencialmente identifica os principais obstáculos para alcançar essas metas e formula alternativas de COMO superar esses obstáculos e um plano de ação para executar.
Portanto compõe-se de 3 passos:
1. Diagnóstico - dos principais obstáculos a se chegar às metas;
2. Diretriz Política - especifica a abordagem para lidar com os obstáculos (como!), direcionamento geral;
3. Ações Coerentes - passos coordenados para executar o plano (quem, o que, quando, onde, por quanto).
O passo mais difícil é justamente o primeiro - diagnóstico honesto das dificuldades - uma vez que invariavelmente "mexe nos vespeiros" internos. Aponta os pontos fracos da organização frente aos desafios e pode muitas vezes esbarrar nas vaidades internas. Com medo de gerar desconfortos, muitas empresas fecham os olhos para essa fase crucial. Simplesmente discutem se as metas são plausíveis e partem para o segundo passo: Como chegar lá... Aí está a razão principal de fracasso: se a empresa ou organização não sabe quais os obstáculos do avanço, como pode determinar o caminho?!
Estratégia Ruim
Normalmente ela apresenta uma ou mais das características abaixo:
. Floreio - tagarelice disfarçada. Palavras pomposas cheias de conceitos exotéricos. Não deixam nem as metas nem os desafios nem a forma de progredir claros. Uma Estratégia Boa tem de ser facilmente explicada até para um leigo.
. Não enfrentar o desafio - fecha os olhos para os reais obstáculos. Cria uma direção de avanço, mas tira os "obstáculos do mapa", simplesmente ignorando-os. Falha típica no primeiro passo. "Aumentar a participação de mercado, cortar custos, aumentar receita e lucro" isso tudo é bom e bacana, mas... quais os obstáculos nítidos para fazer tudo isso? Se não estão identificados, não é Estratégia, nem Boa.
. Confundir Metas com Estratégia - simples afirmações de desejo. Calcula-se um número ou uma situação futura desejada, sem diagnóstico nem plano de ações coerentes. "Chegar à liderança do mercado, crescendo 20% ao ano, nos próximos 3 anos." Cuidado! Apesar de aparentemente ter um "como" (crescendo 20% ao ano), é apenas maquiagem da meta de ser líder com uma participação de mercado determinada! Como se faz para crescer 20% ao ano!? Isso sim, seria a Estratégia, e Boa!
. Objetivos Ruins - números matematicamente atraentes como meta, mas praticamente inatingíveis ou desnecessários, do tipo "ter 90% de participação de mercado" (para quê?). Os objetivos devem ser audaciosos sim, mas praticáveis. Inundar o plano com milhares de objetivos e subobjetivos intermediários também não leva a lugar algum.
Rumelt cita inúmeros casos de Estratégias Boas e Ruins. Ele alerta também para a questão do foco. Ao invés de investir energia e recursos em diversos objetivos dispersos, fazer o contrário: concentrar os mais diversos recursos e energias em um ponto focal, no ponto que pode garantir o sucesso do plano. O ponto fraco do obstáculo, a oportunidade de espaço-tempo, a inovação inesperada.
"A Estratégia é filha da Escassez." É tomar decisões e caminhos em detrimento de outros. Querer fazer e ser tudo, não te faz sair do lugar.
Rumelt também critica o charlatanismo, transcendentalismo e exoterismo que tem tomado conta do mundo dos negócios, com autores e ideias de correntes de pensamento positivo, união-faz-a-força, "yes we can", trabalho em equipe, liderança carismática, receita de sucesso e riqueza fáceis e outras práticas que podem fazer bem ao psicológico dos colaboradores, dar-lhes ânimo, mas que sem uma Boa Estratégia, só trarão frustração e dor.
Excelente livro. Leitura leve e direta, riquíssima em exemplos reais. Não raras vezes me deparei pensando em conceitos de Ram Charan (Execução e Ações Coerentes) e de Sun Tzu (Diagnóstico) lendo esse livro.
Estratégia Boa, Estratégia Ruim de Richard Rumelt. Vale super a pena. Recomendo!
Este livro está entre meus Recomendados sobre Estratégia. Confira a lista aqui.
Saiba mais no site do Autor (inglês).
Muitas empresas reúnem algumas dezenas de seus executivos de primeira linha em um hotel por uma semana para discutirem sua Estratégia para o(s) ano(s) seguinte(s) e saem do evento, além de energizados por uma meia duzia de palavras de ordem encorajadoras, com alguns números de metas e pontos estratégicos que devem alcançar nos próximos semestres e anos. Bem, isso não é Estratégia, é fixação de Metas. Essas metas podem até ser estratégicas, essenciais, importantes, mas não são A Estratégia, se não vierem acompanhadas de COMO chegar lá.
Segundo o prof. Rumelt, a Estratégia, uma vez dadas as metas, essencialmente identifica os principais obstáculos para alcançar essas metas e formula alternativas de COMO superar esses obstáculos e um plano de ação para executar.
Portanto compõe-se de 3 passos:
1. Diagnóstico - dos principais obstáculos a se chegar às metas;
2. Diretriz Política - especifica a abordagem para lidar com os obstáculos (como!), direcionamento geral;
3. Ações Coerentes - passos coordenados para executar o plano (quem, o que, quando, onde, por quanto).
O passo mais difícil é justamente o primeiro - diagnóstico honesto das dificuldades - uma vez que invariavelmente "mexe nos vespeiros" internos. Aponta os pontos fracos da organização frente aos desafios e pode muitas vezes esbarrar nas vaidades internas. Com medo de gerar desconfortos, muitas empresas fecham os olhos para essa fase crucial. Simplesmente discutem se as metas são plausíveis e partem para o segundo passo: Como chegar lá... Aí está a razão principal de fracasso: se a empresa ou organização não sabe quais os obstáculos do avanço, como pode determinar o caminho?!
Estratégia Ruim
Normalmente ela apresenta uma ou mais das características abaixo:
. Floreio - tagarelice disfarçada. Palavras pomposas cheias de conceitos exotéricos. Não deixam nem as metas nem os desafios nem a forma de progredir claros. Uma Estratégia Boa tem de ser facilmente explicada até para um leigo.
. Não enfrentar o desafio - fecha os olhos para os reais obstáculos. Cria uma direção de avanço, mas tira os "obstáculos do mapa", simplesmente ignorando-os. Falha típica no primeiro passo. "Aumentar a participação de mercado, cortar custos, aumentar receita e lucro" isso tudo é bom e bacana, mas... quais os obstáculos nítidos para fazer tudo isso? Se não estão identificados, não é Estratégia, nem Boa.
. Confundir Metas com Estratégia - simples afirmações de desejo. Calcula-se um número ou uma situação futura desejada, sem diagnóstico nem plano de ações coerentes. "Chegar à liderança do mercado, crescendo 20% ao ano, nos próximos 3 anos." Cuidado! Apesar de aparentemente ter um "como" (crescendo 20% ao ano), é apenas maquiagem da meta de ser líder com uma participação de mercado determinada! Como se faz para crescer 20% ao ano!? Isso sim, seria a Estratégia, e Boa!
. Objetivos Ruins - números matematicamente atraentes como meta, mas praticamente inatingíveis ou desnecessários, do tipo "ter 90% de participação de mercado" (para quê?). Os objetivos devem ser audaciosos sim, mas praticáveis. Inundar o plano com milhares de objetivos e subobjetivos intermediários também não leva a lugar algum.
Rumelt cita inúmeros casos de Estratégias Boas e Ruins. Ele alerta também para a questão do foco. Ao invés de investir energia e recursos em diversos objetivos dispersos, fazer o contrário: concentrar os mais diversos recursos e energias em um ponto focal, no ponto que pode garantir o sucesso do plano. O ponto fraco do obstáculo, a oportunidade de espaço-tempo, a inovação inesperada.
"A Estratégia é filha da Escassez." É tomar decisões e caminhos em detrimento de outros. Querer fazer e ser tudo, não te faz sair do lugar.
Rumelt também critica o charlatanismo, transcendentalismo e exoterismo que tem tomado conta do mundo dos negócios, com autores e ideias de correntes de pensamento positivo, união-faz-a-força, "yes we can", trabalho em equipe, liderança carismática, receita de sucesso e riqueza fáceis e outras práticas que podem fazer bem ao psicológico dos colaboradores, dar-lhes ânimo, mas que sem uma Boa Estratégia, só trarão frustração e dor.
Excelente livro. Leitura leve e direta, riquíssima em exemplos reais. Não raras vezes me deparei pensando em conceitos de Ram Charan (Execução e Ações Coerentes) e de Sun Tzu (Diagnóstico) lendo esse livro.
Estratégia Boa, Estratégia Ruim de Richard Rumelt. Vale super a pena. Recomendo!
Este livro está entre meus Recomendados sobre Estratégia. Confira a lista aqui.
Saiba mais no site do Autor (inglês).
< / >.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por respeito aos demais leitores, o autor do blog se reserva o direito de filtrar comentários julgados inapropriados e spams. Agradecemos seu comentário, que será publicado depois de verificado. Muito obrigado. :)