Michael Silverstein: Mulheres, o Mercado que mais Cresce

   

Segundo Michael Silverstein, consultor do BCG (Boston Consulting Group), o mercado consumidor feminino talvez seja o mercado mais incompreendido no momento. Apesar de tão conhecido e óbvio, afinal existem 6% mais mulheres que homens no mundo, o mercado feminino é extremamente mal entendido e mal atendido. Quando muito, é analisado e tratado de modo muito superficial.

Obviamente que em produtos e serviços dedicados ou mais direcionados ao público feminino, a ineficiência é menor, mas surpreendentemente existente.

- Afinal, o que as Mulheres querem?

O BCG estuda o segmento desde 1986 e algumas conclusões fruto de suas pesquisas são no mínimo curiosas:

. mulheres querem mais dinheiro, mais tempo livre e ser mais amadas (nessa prioridade);
. 35% das americanas casadas esperam se divorciar nos próximos 5 anos;
. mulheres jovens olham suas mães e dizem: "não quero ser como ela";
. maridos e filhos consomem muito do tempo e da poupança das mulheres;
. 85% dos divórcios acontecem por iniciativa da mulher;
. mulheres não querem necessariamente carros mais seguros, mas mais fáceis de reparar em caso de emergência;
. áreas em que se entendem mal atendidas: lingerie, cosméticos, cuidados domésticos, roupas de trabalho, carros, serviços médicos e hospitalares, seguros.

Note que alguns desses produtos/serviços são bem específicos para mulheres. Se em cosméticos e lingerie são mal atendidas que dizer de automóveis e seguros!

Muitas empresas que fornecem produtos ou serviços para ambos gêneros, imaginam que basta ter uma versão cor-de-rosa, em uma embalagem mais delicada, que já atendem o público feminino. Ledo engano. Amadorismo dos piores. Se o produto ou serviço não contemplar atender necessidades específicas femininas desde sua concepção, não vai ser uma "roupagem" ou cor feminina que vai fazê-lo desejável pelas mulheres. Fosse assim metade da frota de automóveis, eletrônicos pessoais, que vemos por aí teriam uma tonalidade avermelhada e obviamente não tem.

O segmento Premium também tem no público feminino um segmento alvo extremamente representativo. E no segmento premium vale a regra dos 20/40/60: 20% dos consumidores, 40% da receita e 60% do lucro. Sem dúvida um mercado não desprezível.

Segundo Silverstein, um produto para o público feminino precisa ser "TEF": Técnico, Emocional e Funcional. As brasileiras, em sua pesquisa, se mostram otimistas e práticas. Portanto buscam produtos que ajudem-nas ganhar tempo.

Vistos dessa forma, apenas dados, na minha opinião, essas informações também são superficiais apenas. No entanto, entendo que a mensagem é que o mercado feminino necessita um entendimento mais profundo, mais científico e analítico.

Outro ponto de atenção e que sem dúvida influencia essa ineficiência, está no fato de nas próprias empresas, poucos são os postos de alta gestão ocupados por mulheres. O mundo corporativo ainda é muito masculino, por vezes machista, não apenas na proporção de homens-mulheres, mas principalmente na cultura, nas práticas e hábitos das corporações. Muito se fala da psique das empresas, de suas identidades como marca, de suas personalidades, de como podemos descrevê-las se pudéssemos considerá-las uma pessoa. A ampla maioria das descrições, atributos, adjetivos, personas, etc., descrevem "seres masculinos". 

Então como esperar que empresas entendam o mercado consumidor feminino e suas nuances se internamente pensam e agem como homens e nem conseguem entender o público feminino interno?

É obvia a oportunidade de negócios junto ao público feminino. A abordagem, segundo Silverstein, é que precisa mudar.

Michael Silverstein ministrou essa palestra na ExpoManagement 2013.
Confira a cobertura das demais palestras aqui.

Saiba mais sobre Michael Silverstein pelo twitter: @MJSilverstein

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