Francis Gouillart fechou o 2o. dia do ExpoManagement 2010 falando de Cocriação - o Engajamento do Consumidor no Processo de Criação de novos Produtos.
Ele começou parafraseando o filme 'Sexto Sentido' em que o garoto protagonista dizia: "I see dead people..." (eu vejo pessoas mortas...), com "I see dead processes..." eu vejo processos mortos!
Segundo ele, os processos atuais de desenvolvimento de novos produtos estão "mortos". Os consumidores devem ser "convidados" para participar do processo.
E não vamos confundir pesquisas de mercado, testes de validação com usuários antes do lançamento do produto com Cocriação.
Cocriação é quando os consumidores sugerem um produto e são envolvidos no processo dentro da empresa para desenvolvimento do produto sugerido. Como que a empresa terceirizasse alguns dos passos do desenvolvimento usando recursos colaborativos (wiki) que são os consumidores.
A Cocriação é um reflexo na indústria do que já está acontecendo na internet 2.0, a internet participativa, com os blogs, redes sociais, wikipedias, mash-ups, marketing viral, etc., onde o Conteúdo não mais engolido a seco pelo consumidor (consumidores 'Zumbis' como Francis os chama), que comenta dos conteúdos e mesmo cria por conta própria, ou cria junto - cocria - com os desenvolvedores originais.
Muitas empresas já tem algumas iniciativas embrionárias de cocriação, preparando-se para esse novo paradigma de mercado. Francis contou cases como o Nike +, Camiseteria (Brasil), e-Choupal, Correios da França, Santander Brasil, Caja Navarra, etc.
O fato é que as empresas perdem muito em não usar o consumidor como recurso no desenvolvimento ou aprimoramento de produtos, mesmo porque, muitos são de fato experts ao menos na usabilidade do produto e a maioria está disposta a colaborar gratuitamente.
Interessante que a cocriação não se limita a consumidores, mas internamente na empresa, departamentos não diretamente relacionados ou não podem também cocriar processos e produtos.
Mas a essência da cocriação bem-sucedida não é ter alguns "pulsos" de iniciativas cocriativas, mas sim, desenvolver na empresa uma "plataforma" de processos que permita a cocriação sempre que necessário, e na "dosagem" desejada.
Camiseteria e e-Choupal são negócios 100% dependentes de cocriação e já tem suas plataformas enraizadas no DNA da Empresa.
Um conceito interessante é que quanto mais cocriativas as empresas, menos elas dependem de estudos de segmentação. Em síntese, a cocriação eliminaria a segmentação dependendo do produto ou indústria em si. Mas isso ainda está bem aberto a discussões. E ainda que fosse verdade, haveria um médio a longo período de transição para a eliminação da segmentação. Enfim, assunto para outro debate.
Francis Gouillart acaba de publicar um livro em parceria com Venkat Ramaswamy - 'A Empresa Co-criativa' que desenvolve bem o assunto. O livro está entre os 'Top 10 de 2010' de Tom Peters.
Mais detalhes no portal da HSM:
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