Autor: Tim Clark
Tradução de: Business Model You
Editora: Alta Books
Ano: 2013
Páginas: 249
ISBN/EAN: 9-788576-087793
Nossa Carreira é um Negócio.
Independentemente se você é um Empreendedor ou Empregado, você é um negócio, um empreendimento. A diferença quando o negócio é seu, é que você tem mais riscos e responsabilidades, mas por outro lado tem mais liberdade e possibilidade de ganhar mais se o negócio der muito certo. No entanto enquanto empregado por alguém, você também é um negócio, um empreendimento, um parceiro de seu empregador.
Costumo dizer para quem trabalha comigo que não sou empregado da Empresa, mas "sócio". Minoritário, mas sócio. Enquanto nossos objetivos e expectativas - da Empresa e meus - caminharem paralelos, manteremos a "sociedade". Mas quando os caminhos derivarem, ambas partes tem o direito de desfazer a "sociedade".
Pois bem. Tendo o conceito de "Pessoa - Negócio" em mente, Tim Clark procurou os colegas coautores de Business Model Generation (Inovação em Modelos de Negócios, 2011), Alexander Osterwalder e Yves Pigneur para fazer uma versão do livro focado no negócio "eu". Daí nasceu Business Model You (O Modelo de Negócios Pessoal, 2013) que da mesma forma que o livro anterior, conta com o famoso Quadro (canvas) e a cocriação de mais de 300 pessoas espalhadas em mais de 40 Países.
Se você não conhece o BMG (Business Model Generation), sugiro ler a breve resenha dele aqui mesmo no blog, pois facilita contextualizar e entender a ferramenta principal desse livro.
Muitas vezes, a pessoa resolve empreender, tem uma grande ideia e se joga a pô-la em prática. Todos sabem que menos de um quinto das iniciativas sobrevive ao primeiro ano de vida, e metade disso ao quinto ano. Isso porque o candidato a empreendedor foca-se apenas na grande ideia e esquece que o dia-a-dia de uma empreitada tem inúmeros aspectos que pouco tem a ver com a tal grande ideia: financiamento, fluxo de caixa, plano de negócio, gestão de pessoas (90% dos problemas de um negócio qualquer que seja o tamanho está em gerenciar relações com outros seres humanos!), tributos, processos, etc.
Nesse particular das dificuldades de empreender, sugiro fortemente a leitura do Livro Negro do Empreendedor (Fernando Trías, 2007) e do Vai Fundo! (Gary Vaynerchuk, 2010).
O mais importante em um empreendimento é ter um Plano de Negócio e este, necessita antes de um Modelo de Negócio (de onde vem o dinheiro, para onde vai...). E para isso o tal quadro (canvas) do BMG é a ferramenta essencial. Se você não entende COMO pretende ganhar dinheiro e quanto não adianta ter a tal grande ideia, que não passará de apenas uma grande ideia e nunca será um negócio - grande ou não.
A sacada legal do BMY (Business Model You) é que ele inclui também os Colaboradores (empregados) no quadro. Ajuda qualquer pessoa que trabalhe para uma organização - empresa, governo ou terceiro setor - entender como ela é vista como um recuro/parceiro e que portanto tem um custo (maior que o salário líquido percebido no contracheque) e que a organização precisa ter bem claro qual o retorno que ela vai ter empregando esse colaborador. Se ele não se "pagar" como investimento, não tem porque arcar essa despesa e deve certamente buscar outro parceiro, colaborador no caso. Impressionante como isso não é claro para a ampla maioria das pessoas que trabalham empregadas por outros. Da mesma forma é o entendimento das promoções e salários. Parece justo e viável na visão do colaborador receber um aumento ou promoção: "A empresa fatura um monte. Gasta com um monte de besteiras. Aumentar meu salário em 10% não abala em nada as contas da empresa." Pode até ser verdade, mas para que esse aumento saia fácil dos planos ou intenções, deve ficar muito claro para quem gerencia as finanças da organização, o quanto a empresa tem a ganhar ao investir mais em um determinado profissional. Processo idêntico acontece com a contratação de nossos talentos. Quer ser contratado? Está pedindo um pacote de salário/benefícios acima do oferecido? Então busque demonstrar o quanto a organização tem a ganhar MAIS em um ano com sua colaboração. É quase como vender um produto ou serviço à organização. Precisa saber vender a si mesmo.
O quadro do BMY segue basicamente o quadro original do BMG:
1. Clientes - quem são as pessoas ou departamentos que usam seus serviços (Cliente Interno)
2. Proposição de Valor - serviço a ser entregue aos Clientes Internos, com seus diferenciais
3. Canais - meio pelo qual o Colaborador enterage com os Clientes Internos
4. Relacionamento com Clientes - todos os pontos de contato direto com os Clientes Internos
5. Receitas & Benefícios - preço pago pelos Clientes Internos pelo Valor entregue, ou seja o custo bruto na folha de pagamento mais despesas diárias
6. Recursos - para produzir/gerar o Valor: quem o Colaborador é, o que sabe
7. Atividades-chave - sem os quais impossível gerar o Valor com o diferencial
8. Parcerias - com terceiros externos para gerar o Valor: mentores, escolas, etc.
9. Custos - incluindo todos os Recursos, Parcerias e Atividades-chave
Uma das "caixinhas" mais difíceis de preencher no Quadro é o de Clientes. Muitas vezes não necessariamente é o chefe do colaborador o seu Cliente Interno, ou não apenas o chefe. É necessário se colocar no lugar do dono da empresa, ou presidente para entender o que a Organização espera do colaborador.
Outro ponto importante é calcular o seu ROI - Return over Investment - o retorno do ponto de vista da organização. Calcule o quanto a mais a organização vai gastar ao tomar seus serviços, mas também o quanto vai ganhar mais por isso. Essa relação deve ser nitidamente positiva para a organização.
O livro tem uma proposta gráfica extremamente atraente, ricamente ilustrada com esquemas, ilustrações e estudos de casos (afinal mais de 300 pares de mãos colaboraram na obra!). Vale super a pena a leitura (não somente resenhas) e consulta constante.
O video abaixo (inglês) ilustra o conceito central do livro:
Fortemente recomendo O Modelo de Negócios Pessoal de Tim Clark.
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Independentemente se você é um Empreendedor ou Empregado, você é um negócio, um empreendimento. A diferença quando o negócio é seu, é que você tem mais riscos e responsabilidades, mas por outro lado tem mais liberdade e possibilidade de ganhar mais se o negócio der muito certo. No entanto enquanto empregado por alguém, você também é um negócio, um empreendimento, um parceiro de seu empregador.
Costumo dizer para quem trabalha comigo que não sou empregado da Empresa, mas "sócio". Minoritário, mas sócio. Enquanto nossos objetivos e expectativas - da Empresa e meus - caminharem paralelos, manteremos a "sociedade". Mas quando os caminhos derivarem, ambas partes tem o direito de desfazer a "sociedade".
Pois bem. Tendo o conceito de "Pessoa - Negócio" em mente, Tim Clark procurou os colegas coautores de Business Model Generation (Inovação em Modelos de Negócios, 2011), Alexander Osterwalder e Yves Pigneur para fazer uma versão do livro focado no negócio "eu". Daí nasceu Business Model You (O Modelo de Negócios Pessoal, 2013) que da mesma forma que o livro anterior, conta com o famoso Quadro (canvas) e a cocriação de mais de 300 pessoas espalhadas em mais de 40 Países.
Se você não conhece o BMG (Business Model Generation), sugiro ler a breve resenha dele aqui mesmo no blog, pois facilita contextualizar e entender a ferramenta principal desse livro.
Muitas vezes, a pessoa resolve empreender, tem uma grande ideia e se joga a pô-la em prática. Todos sabem que menos de um quinto das iniciativas sobrevive ao primeiro ano de vida, e metade disso ao quinto ano. Isso porque o candidato a empreendedor foca-se apenas na grande ideia e esquece que o dia-a-dia de uma empreitada tem inúmeros aspectos que pouco tem a ver com a tal grande ideia: financiamento, fluxo de caixa, plano de negócio, gestão de pessoas (90% dos problemas de um negócio qualquer que seja o tamanho está em gerenciar relações com outros seres humanos!), tributos, processos, etc.
Nesse particular das dificuldades de empreender, sugiro fortemente a leitura do Livro Negro do Empreendedor (Fernando Trías, 2007) e do Vai Fundo! (Gary Vaynerchuk, 2010).
O mais importante em um empreendimento é ter um Plano de Negócio e este, necessita antes de um Modelo de Negócio (de onde vem o dinheiro, para onde vai...). E para isso o tal quadro (canvas) do BMG é a ferramenta essencial. Se você não entende COMO pretende ganhar dinheiro e quanto não adianta ter a tal grande ideia, que não passará de apenas uma grande ideia e nunca será um negócio - grande ou não.
A sacada legal do BMY (Business Model You) é que ele inclui também os Colaboradores (empregados) no quadro. Ajuda qualquer pessoa que trabalhe para uma organização - empresa, governo ou terceiro setor - entender como ela é vista como um recuro/parceiro e que portanto tem um custo (maior que o salário líquido percebido no contracheque) e que a organização precisa ter bem claro qual o retorno que ela vai ter empregando esse colaborador. Se ele não se "pagar" como investimento, não tem porque arcar essa despesa e deve certamente buscar outro parceiro, colaborador no caso. Impressionante como isso não é claro para a ampla maioria das pessoas que trabalham empregadas por outros. Da mesma forma é o entendimento das promoções e salários. Parece justo e viável na visão do colaborador receber um aumento ou promoção: "A empresa fatura um monte. Gasta com um monte de besteiras. Aumentar meu salário em 10% não abala em nada as contas da empresa." Pode até ser verdade, mas para que esse aumento saia fácil dos planos ou intenções, deve ficar muito claro para quem gerencia as finanças da organização, o quanto a empresa tem a ganhar ao investir mais em um determinado profissional. Processo idêntico acontece com a contratação de nossos talentos. Quer ser contratado? Está pedindo um pacote de salário/benefícios acima do oferecido? Então busque demonstrar o quanto a organização tem a ganhar MAIS em um ano com sua colaboração. É quase como vender um produto ou serviço à organização. Precisa saber vender a si mesmo.
O quadro do BMY segue basicamente o quadro original do BMG:
(imagem: Exame)
No caso de um Coladorador de uma organização:1. Clientes - quem são as pessoas ou departamentos que usam seus serviços (Cliente Interno)
2. Proposição de Valor - serviço a ser entregue aos Clientes Internos, com seus diferenciais
3. Canais - meio pelo qual o Colaborador enterage com os Clientes Internos
4. Relacionamento com Clientes - todos os pontos de contato direto com os Clientes Internos
5. Receitas & Benefícios - preço pago pelos Clientes Internos pelo Valor entregue, ou seja o custo bruto na folha de pagamento mais despesas diárias
6. Recursos - para produzir/gerar o Valor: quem o Colaborador é, o que sabe
7. Atividades-chave - sem os quais impossível gerar o Valor com o diferencial
8. Parcerias - com terceiros externos para gerar o Valor: mentores, escolas, etc.
9. Custos - incluindo todos os Recursos, Parcerias e Atividades-chave
Uma das "caixinhas" mais difíceis de preencher no Quadro é o de Clientes. Muitas vezes não necessariamente é o chefe do colaborador o seu Cliente Interno, ou não apenas o chefe. É necessário se colocar no lugar do dono da empresa, ou presidente para entender o que a Organização espera do colaborador.
Outro ponto importante é calcular o seu ROI - Return over Investment - o retorno do ponto de vista da organização. Calcule o quanto a mais a organização vai gastar ao tomar seus serviços, mas também o quanto vai ganhar mais por isso. Essa relação deve ser nitidamente positiva para a organização.
O livro tem uma proposta gráfica extremamente atraente, ricamente ilustrada com esquemas, ilustrações e estudos de casos (afinal mais de 300 pares de mãos colaboraram na obra!). Vale super a pena a leitura (não somente resenhas) e consulta constante.
O video abaixo (inglês) ilustra o conceito central do livro:
Fortemente recomendo O Modelo de Negócios Pessoal de Tim Clark.
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Muito bom Andre.
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