A Guinada - Chip & Dan Heath

Título: A Guinada
Autor: Chip & Dan Heath 
Tradução de: Switch

Editora: Best Business
Ano: 2010
Páginas: 283

ISBN/EAN: 9-788576-843290


"Por que é tão difícil promover mudanças positivas e duradouras", desafiam-nos os autores na contracapa do livro.


Depois de "Idéias que Colam" (Made to Stick, 2007), os irmãos Chip & Dan Heath voltam agora com o celebrado "A Guinada" (Switch) sobre a psicologia das mudanças.


Muitas vezes estamos convencidos que existem razões suficientes para convencer as pessoas para mudarem, mas quando parte-se para a execução, as coisas não saem e mudança não ocorre.
Ou, as vezes, dá-se um primeiro passo, mas em seguida volta-se ao status quo dante.

Por que isso acontece?
Por que é tão difícil promover mudanças?

Os irmãos Heath, depois de longos estudos, chegaram à conclusão que a parte do convencimento "racional" é apenas metade do problema (ou da solução). Além da componente Racional existe uma outra metade igualmente importante que é Emocional.


Na verdade voltamos à boa e (não tão) velha história dos dois lados do cérebro: o esquerdo Racional e o direito Emocional.


Os autores trazem à tona a teoria - ou a excelente explicação - do psicólogo Jonathan Haidt, autor de 'Uma Vida que vale a Pena', que usa a analogia do Elefante e seu Condutor. Juntos são uma excelente dupla. O Condutor raciocina, mas não consegue realizar as tarefas sem a força do Elefante. O Elefante por sua vez tem força e perseverança imbatíveis, mas é incapaz de tomar uma decisão ou manter-se muito tempo em um caminho novo. Enfim, um precisa do outro. Da mesma forma os dois lados do cérebro.


Para se conseguir uma mudança (Switch em inglês) ou guinada, não basta convencer o Condutor (lado racional do cérebro), é necessário também motivar o Elefante (lado emocional).
Tentar apenas motivar o Elefante também não funciona sozinho, porque mesmo motivado, sem um Condutor a mantê-lo no novo caminho, se o Elefante "ver" o antigo caminho, tende a voltar a ele com muita facilidade, portanto precisa do Condutor "racional" para manter-se no novo rumo. 

No entanto, se no novo rumo os obstáculos forem grandes já logo de início, ambos, Elefante e Condutor podem fracassar. Mesmo o Condutor certo de ter de perseverar, o Elefante é mais forte e consegue desobedecer o Condutor. Nesse caso, deve-se também, como 3a medida, "preparar" o caminho, para que os primeiros passos sejam fáceis, assim o Elefante "se acostuma" com a nova rota e facilita para o Condutor mantê-lo no rumo.

Quem já viu isso antes?

Começamos um regime porque estamos convencidos (razão) que nos faria bem. Ficamos motivados (emoção) a empreender o regime, mas se logo de cara pintar uma bela festa ou almoço ou jantar de confraternização, vai tudo por água abaixo porque o Elefante (emoção) não consegue se controlar, nem ser controlado pelo Condutor (razão). Por isso que muitas dietas sugerem não só mudanças de hábitos alimentares, mas sobretudo sociais, com novas rotinas, que no início evitem situações que exponham a pessoa aos hábitos anteriores. O mesmo ocorre com quem quer parar de fumar ou beber. Evitar cafezinho nos "fumódromos" ou happy-hours em bares já ajuda um bocado à pessoa não ter de enfrentar a vontade de acender "só unzinho" ou tomar "só uma latinha"...

Enfim, Dan & Chip Heath contam inúmeras histórias em que mudanças radicais foram possíveis, cuidando-se desses 3 pontos cruciais:

1. Orientar o Condutor 
(lado esquerdo, racional do cérebro)
2. Motivar o Elefante 
(lado direito, emocional do cérebro)
3. Preparar o Caminho



O importante é identificar ONDE está a parte mais difícil da mudança: convencer racionalmente as pessoas ou motivá-las emocionalmente ?


Feito isso, eles sugerem algumas regras de quick-wins (vitórias rápidas):

Orientar o Condutor
. Seguir os pontos positivos - "clonar" o que já deu certo antes. Repetir experiências positivas passadas do grupo.
. Roteirizar os passos críticos - pensamentos específicos; nada de pensamentos genéricos: "Ter uma alimentação mais saudável"... Não! mais específico: "Cortar leite integral, bacon..." etc.
. Apontar o destino - saber onde se quer chegar: "Perder 10 Kg em 6 meses" ou "Estabilizar o peso em 60 Kg".

Motivar o Elefante
. Localizar o sentimento - saber não basta, é necessário sentir. Mostrar o problema com um experiência emocional marcante. 
. Simplificar a mudança - fragmentar a mudança até que não "assuste" mais o Elefante. Dividir o processo em passos simples e pequenos, ainda que mais numerosos. Um bom exemplo é  a "arrumação de quarto de 5 minutos".
. Cultivar seu Pessoal - cultivar o senso de identidade.

Preparar o Caminho
. Refinar o ambiente - se a situação muda, mude o comportamento.
. Formar hábitos - quando algo vira hábito, sai de graça. Nem precisa recompensas.
. Convocar a Manada - comportamentos são contagiosos. Os mais incrédulos "embarcam" quando se sentem sozinhos e os outros todos já estão fazendo.

Enfim. Um livro extremamente útil. Simples de ler e surpreendente em alguns casos descritos.
Compreender a psicologia motivacional e a psicologia das mudanças torna-se fundamental no mundo corporativo de hoje, dado que "Mudança passa ser a Regra" da sociedade e dos negócios atuais.

A Guinada está entre os 10 Melhores Livros de Negócios de 2010 segundo Todd SatterstenConfira a lista.

O livro foi apontado como o Melhor Livro de 2010 na categoria "Desenvolvimento Pessoal" pelo 800-CEO-read. Veja os demais livros premiados. E também está entre os 'Best Sellers 2011' do mesmo site. Confira.

Confira também o site dos autores.

Para saber mais sobre Psicologia Motivacional, leia: Motivação 3.0 de Daniel Pink.

J < / >.

Como Acabar com sua #empresa em apenas 140 Caracteres - Carolina Lima

Título: Como Acabar com sua #empresa em apenas 140 Caracteres
Autor: Carolina Lima
Editora: Novatec
Ano: 2011
Páginas: 160
ISBN/EAN: 9-788575-222737

"Um manual sobre o que as corporações não devem fazer em sua comunicação no Twitter" diz o subtítulo.

Com o crescimento da importância das mídias e redes sociais para as empresas, um bom manual que ensine como usar o Twitter corporativo sem quebrar a cara era necessário. Como Acabar com sua #empresa em apenas 140 Caracteres da publicitária Carolina Lima cumpre bem essa finalidade.


Além de explicar o conceito da ferramenta Twitter para até os mais leigos entenderem, o livro orienta como usá-lo e principalmente como não usá-lo, não somente como perfil corporativo, quanto como pessoal, quando a pessoa se identifica como funcionário ou representante de determinada empresa ou marca.

Muito bom. São várias dicas e casos brasileiros bem recentes.
Ideal para quem pretende iniciar ou está iniciando um perfil de uma empresa no Twitter.


Destaque para o capítulo 8 que lista 20 coisas a não fazer no perfil corporativo de sua empresa no Twitter:


1. Use scripts para conseguir seguidores artificialmente.
2. Envie tweets a cada segundo, encha o timeline de seus seguidores.
3. Faça spam.
4. Poste semanalmente ou mensalmente apenas.
5. Deixe quem lhe segue sem resposta ou em dúvida.
6. Responda dúvidas ou reclamações com um número de SAC.
7. Seja irônico ou grosseiro quando provocado ou receber uma reclamação.
8. Use layout e avatar padrão do Twitter.
9. #use #muitas #e #diversas #hastags.
10. Desabafe com tweets de 14mil caracteres.
11. Por obséquio, utilize uma linguagem demasiadamente culta.
12. Fale usando "miguxês" axim q eh mais lekau.
13. Fale gritando usando CAPS LOCK!
14. Abuse da pontuação repetida.......!!!!
15. Fale em 1a pessoa.
16. Seja irrelevante.
17. Não use redutor de URL, gaste os preciosos 140 caracteres com links longos.
18. Use o Twitter com se fosse um chat público e pessoal.
19. Fale em duplo sentido.
20. Desrespeite a ortografia, acentuação e pontuação. 


O livro dá também algumas dicas de procedimentos frente a crises deflagradas via Twitter ou online em geral, e encerra com uma lista de 140 aplicativos úteis para usar melhor essa mídia social.


Simples, direto, fácil de ler. Recomendo.


Junto com "Twitter, Chiclete e Camisinha" de Tagil Ramos, forma uma dupla de livros essenciais para quem está começando no Twitter ou está administrando o perfil corporativo de uma empresa. A diferença é que Carolina estreita o escopo no uso corporativo, aprofundando mais nesse particular, enquanto Tagil aborda um escopo mais amplo, sobre o uso do Twitter em geral.

Mais informações sobre a autora, no twitter evidentemente: @CadyWitter 

J < / >.

As Intrépidas Aventuras de um Jovem Executivo - Daniel Pink

Título: As Intrépidas Aventuras de um Jovem Executivo
Autor: Daniel H. Pink
Ilustrador: Rob Ten Pas
Tradução de: The Adventures of Johnny Bunko
Editora: Campus-Elsevier
Ano: 2008
ISBN/EAN: 9-788535-233629



Vários são os livros que abordam a questão da administração da carreira. Alguns tem o formato de autobiografias de profissionais de sucesso. Outros preferem fazê-lo através de uma história fictícia para melhor ilustrar as situações.

Daniel Pink, famoso por "A Revolução do Lado Direito do Cérebro" (2005) e mais recentemente por "Motivação 3.0" (2009), resolveu abordar o assunto em "As Intrépidas Aventuras de um Jovem Executivo" (2008) de uma forma muito original: um mangá (história em quadrinhos japonesa).


Johnny Bunko é um jovem profissional que trabalha em uma grande empresa na área contábil e passa o dia (e as vezes noites!) às voltas com relatórios, planilhas, análises, etc.
A carreira de Johnny segue o "plano"... ele sempre fez o que os pais, professores, orientadores e chefes disseram para ele fazer. Mas ele não está feliz e começa a desconfiar que está tudo errado. O desejo dele era fazer algo diferente, mas acredita, ou foi levado a acreditar que trabalhando na área contábil teria mais chances no início da vida profissional e que depois poderia tentar ir atrás de seus sonhos.
Certa noite Johnny é surpreendido e passa a receber um "coach" extra de uma criatura sobrenatural que aos poucos vai ajudando-o a resolver seus problemas e questões de carreira profissional.


Veja o "trailer" do lançamento nos EUA:




O enredo todo e o desenvolvimento da trama com tudo que um mangá tem direito, gira em torno de 6 lições que Johnny e seus amigos aprendem ao longo da narrativa:

1. Não há plano
Não comece uma carreira simplesmente por começar em uma área promissora, achando que depois você vai ter experiência ou estabilidade para sair atrás do que realmente quer e gosta.

2. Pense nas forças, não nas fraquezas
100% Marcus Buckingham: não perca tempo tentando melhorar suas fraquezas, descubra suas forças e explore-as logo.

3. Não se trata de você
Faça o que você gosta, mas não seja egoísta. Faça algo que seja relevante para os outros, a sociedade, o planeta, que ao fazer isso você também colhe frutos.

4. A persistência ultrapassa o talento
Mesmo os mais talentosos tem momentos difíceis que os fazem desistir. Grande oportunidade para os que nem tem tanto talento, mas são persistentes.

5. Cometa erros excelentes
Melhor errar tentando algo grande que não errar não tentando nada. Mesmo falhando, ao se tentar algo grande, aprende-se várias coisas que podem trazer sucesso em outras empreitadas posteriores.

6. Deixe uma marca
A carreira tem de fazer algum sentido. A vida é curta e nossa passagem por ela precisa de um propósito. Algo que possa ser dito depois de nossa passagem: "Ela(e) não está mais conosco, mas foi quem realizou tal feito."

Interessante que Daniel Pink explora outros autores e pesquisadores que ele inclusive usa como base para alguns temas seus em Motivação 3.0, como Mihály Csikszentmihályi, Marcus Buckingham e Martin Seligman.

O formato "mangá" engana se pensarmos que se trata de um livro para recém-formados ou apenas para o público jovem. Os conceitos são bem aplicáveis para profissionais em qualquer nível de senioridade e são bem atuais.

Vale a (rápida) leitura.


Veja também as "3 Regras Especiais de Excelência" segundo Daniel Pink.

J < / >.