ExpoManagement: Homenagem a Prahalad


Essa 10a. Edição do ExpoManagement foi dedicada à C.K. Prahalad que faleceu esse ano.

O professor Prahalad, um dos papas do Management e "Guru da Riqueza na Base da Pirâmide", graduou-se em Harward e fez carreira na Universidade de Michigan, chegando ao cargo máximo naquela instituição e é autor de diversos livros e teses:


.The Core Competence of the Corporation (com Gary Hamel, 1990).
.Competindo pelo Futuro (com Gary Hamel, 1994).
.O Futuro da Competição (com Venkat Ramaswamy, 2004).
.A Riqueza na Base da Pirâmide (2004).
.A Nova Era da Inovação (com M.S. Krishnan, 2008).


Prahalad foi o primeiro pensador de negócios de país emergente realmente influente. Seus estudos sobre a pobreza no mundo, levaram-no a ser conhecido por seu "Pensamento Indiano de Prahalad" sobre as oportunidades de negócios na base da pirâmide social. Segundo ele, as empresas não precisam ajudar as pessoas miseráveis do mundo com programas sociais se não quiserem. Precisam sim, empresas e instituições financeiras, aprender a lidar com esse mercado consumidor. Existem cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo que vivem com cinco dólares ou menos por dia. Desses 4 bilhões, um terço vive com menos de UM dólar/dia! As empresas e instituições financeiras podem melhorar a vida dessas pessoas, não com caridade, mas desenvolvendo produtos e negócios - rentáveis para as empresas e instituições - desenvolvidos especificamente para esse público, um gigantesco mercado consumidor. Mas para isso, produtos e formas de comercialização tradicionais não servem.

Um bom exemplo é o Grameen Bank de Muhamed Yunus de Bangladesh, o "Banco dos Miseráveis", umas das mais rentáveis instituições financeiras do mundo, que baseia suas operações em micro-créditos. Totalmente alinhado com o Pensamento de Prahalad.




Sem dúvida, o legado de C.K.Prahalad ainda vai ecoar muito nesse século de profundas mudanças.
Certamente no futuro não tão distante, Prahalad vai ser lembrado com um dos primeiros visionários do mundo mais colaborativo e na inserção da base da pirâmide social no mercado consumidor.


"First things first. Poors first."


Veja o resumo das palestras da ExpoManagement aqui.


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ExpoManagement: O Código da Liderança - David Ulrich

David Ulrich foi sem dúvida o mais simpático e interativo de todos os palestrantes estrangeiros da ExpoManagement 2010.

Ao abordar o assunto Liderança, falou do conceito-essência de seu livro 'O Código da Liderança' (2009) que é bem interessante e sutil: As empresas líderes não são aquelas que tem um grande líder conduzindo-a, mas as empresas que promovem a Liderança em sua cultura empresarial. Da mesma forma, a principal missão do grande Líder da empresa é promover a Liderança, capacitar os diversos escalões de sua empresa a serem eles também, líderes.


E o caminho segundo Ulrich para uma liderança eficaz é não apenas focar-se na característica de liderança que o executivo tem mais pendor, mas também procurar desenvolver, ao menos a um nível mínimo, as demais áreas.


Veja as 4 áreas de competência da Liderança, segundo ele:
(Click na imagem para ampliar. fonte: HSM)

Note que ele incluí uma "quinta" área de competência que é a Capacitação Pessoal.


Entende todos os detalhes do tema na resenha do livro 'O Código da Liderança' de Dave Ulrich.

Uma observação importante que Ulrich fez sobre palestras e treinamentos, é que a maioria das pessoas as encaram como 'atividades turísticas', absorvem conhecimentos e ensinamentos, mas não se preocupam em começar a pô-las em prática. Nem que seja, um passo inicial, para depois dar os outros passos. Ele contou a piada dos patos que vão para um curso de 'como voar'. Chegam andando, passam 3 dias em um luxuoso hotel recebendo treinamentos com gurus da arte de voar, treinam, praticam, voam. E no final voltam para casa... a pé!

Ao final de sua palestra, como o palestrante que fecharia o evento - Henrique Meirelles, presidente do Banco Central - ainda estava preso no trânsito, Dave teve ainda tempo de prestar uma "consultoria" a perguntas de pessoas presentes, com direito a rabiscar manuscritos via videoprojetor.



Mais detalhes no portal da HSM:


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.

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ExpoManagement: Engajamento do Consumidor - Francis Gouillart


Francis Gouillart fechou o 2o. dia do ExpoManagement 2010 falando de Cocriação - o Engajamento do Consumidor no Processo de Criação de novos Produtos.




Ele começou parafraseando o filme 'Sexto Sentido' em que o garoto protagonista dizia: "I see dead people..." (eu vejo pessoas mortas...), com "I see dead processes..." eu vejo processos mortos!


Segundo ele, os processos atuais de desenvolvimento de novos produtos estão "mortos". Os consumidores devem ser "convidados" para participar do processo.
E não vamos confundir pesquisas de mercado, testes de validação com usuários antes do lançamento do produto com Cocriação. 


Cocriação é quando os consumidores sugerem um produto e são envolvidos no processo dentro da empresa para desenvolvimento do produto sugerido. Como que a empresa terceirizasse alguns dos passos do desenvolvimento usando recursos colaborativos (wiki) que são os consumidores.

A Cocriação é um reflexo na indústria do que já está acontecendo na internet 2.0, a internet participativa, com os blogs, redes sociais, wikipedias, mash-ups, marketing viral, etc., onde o Conteúdo não mais engolido a seco pelo consumidor (consumidores 'Zumbis' como Francis os chama), que comenta dos conteúdos e mesmo cria por conta própria, ou cria junto - cocria - com os desenvolvedores originais.

Muitas empresas já tem algumas iniciativas embrionárias de cocriação, preparando-se para esse novo paradigma de mercado. Francis contou cases como o Nike +, Camiseteria (Brasil), e-Choupal, Correios da França, Santander Brasil, Caja Navarraetc.

O fato é que as empresas perdem muito em não usar o consumidor como recurso no desenvolvimento ou aprimoramento de produtos, mesmo porque, muitos são de fato experts ao menos na usabilidade do produto e a maioria está disposta a colaborar gratuitamente. 

Interessante que a cocriação não se limita a consumidores, mas internamente na empresa, departamentos não diretamente relacionados ou não podem também cocriar processos e produtos.

Mas a essência da cocriação bem-sucedida não é ter alguns "pulsos" de iniciativas cocriativas, mas sim, desenvolver na empresa uma "plataforma" de processos que permita a cocriação sempre que necessário, e na "dosagem" desejada.

Camiseteria e e-Choupal são negócios 100% dependentes de cocriação e já tem suas plataformas enraizadas no DNA da Empresa.

Um conceito interessante é que quanto mais cocriativas as empresas, menos elas dependem de estudos de segmentação. Em síntese, a cocriação eliminaria a segmentação dependendo do produto ou indústria em si. Mas isso ainda está bem aberto a discussões. E ainda que fosse verdade, haveria um médio a longo período de transição para a eliminação da segmentação. Enfim, assunto para outro debate.

Francis Gouillart acaba de publicar um livro em parceria com Venkat Ramaswamy - 'A Empresa Co-criativa' que desenvolve bem o assunto. O livro está entre os 'Top 10 de 2010' de Tom Peters. 


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ExpoManagement: A Estratégia como Inovação - Vijay Govindarajan



Juntamente com Gary Hamel, a palestra de Vijay Govindarajan no ExpoManagement2010 tenha sido a mais relevante, porque depois de Gestão, Estratégia é o assunto mais importante nos negócios. Gestão e Estratégia são os alicerces das demais áreas.


Ele nos convida a organizar nossos projetos em 3 "caixas":


1) Gerenciar o Presente.
2) Seletivamente esquecer o Passado.
3) Criar o Futuro.


Segundo Vijay, o maior pecado das empresas é que se olharmos a maioria dos projetos, acabamos classificando-os quase tudos na 1a "caixa". A busca desenfreada por resultados acaba drenando a maior parte do nosso tempo e recursos para o dia-a-dia, o presente. Mesmo quando apresentamos mudanças, se analisarmos com cautela, são na maioria mudanças lineares, sem grandes rupturas, nem sempre inovadoras em si, apenas copias de melhores práticas do mercado ou benchmarks, não inovações genuínas.


Poucos são na realidade os projetos de CRIAÇÃO do futuro. Mudanças com rupturas, mudanças não-lineares, mudanças para daqui 10 ou 20 anos, que efetivamente trariam vantagens competitivas estratégicas.


E as vezes, pior ainda, não temos nenhum projeto de, seletivamente, deixar de fazer coisas, "esquecer o passado" como ele diz, "largar o osso" como dizemos nós.


O tempo e recursos desprendidos para as 3 "caixas" precisam ser distribuidos, algo como 70/10/20. Mas o que não pode acontecer é a caixa 3 ficar com um mínimo, ela é tão importante quanto a 1.


Vijay cita inúmeros casos de mudanças que geram rupturas, que alteram o mercado como um todo. Ele cita Mohamad Yunus e o banco Grameen para os miseráveis de Bangladesh; o Tata Nano, carro para os pobres (abaixo de US$ 2.000), entre outros.
 
Não por acaso exemplos da Índia e região, pois segundo Vijay, o que falta ao Brasil para se projetar como próxima potência mundial (coisa que China e Índia já estão se adiantando) é as empresas e governo se dedicarem mais para a 3a "caixa", buscar metas ousadas, claramente comunica-las e correr atrás, não somente viver os problemas do presente. Antigas práticas também devem ser descontinuadas para dar lugar para as inovações. 


Normalmente essas rupturas são dificeis de entrar na cultura da empresa, ainda mais se o CEO tenha estabelecido o novo status quo. Lembra ele: "Reis não começam revoluções."
O duro é que os "sinais" do futuro são sempre muito atenuados, fracos, difíceis de se notar ou mesmo interpretar. Quase sempre "passam batido". Como fazer então? Manter um pessoal para "amplificar" esses sinais. Estudar e simular os sinais. Errar antes em teste é errar mais barato.


Tal qual Kotler sugere a criação de 2 Deptos de Marketing, um para os produtos de hoje, outro para os de amanhã, Vijay sugere a divisão do Foco Estratégico: fazer dinheiro agora (caixa 1 e 2) e fazer o caminho para fazer dinheiro no futuro (caixa 3).


Interessante que Vijay revela que seu conceito não é de todo original. Segundo ele, teria se baseado na Trindade Hindu (Vishnu - Shiva - Brahma). As 3 divindades representam, respectivamente: a vida (presente), a destruição (seletiva do passado), a criação (do futuro) [na imagem não estão necessariamente nessa ordem] e coexistem de modo equilibrado. A vida precisa ser seletivamente destruída para fazer espaço para as novas criações. 


Vijay teria apenas "adaptado" o milenar conceito hindu para a Estratégia.  Superinteressante! :)


Recentemente Govindarajan publicou um livro em parceria com Chris Trimble: 'O Outro Lado da Inovação' que foca o lado da Execução das idéias inovadoras, bem interessante. Confira a resenha dele.


Mais detalhes no portal da HSM:
. O que será de sua empresa em 2030?


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.


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ExpoManagement: Gestão de Resultados - Jim Collins


No que foi a palestra mais eloquente do ExpoManagement 2010, o aclamado Jim Collins, apontado por muitos como o 'sucessor de Peter Drucker', fez um "resumão" de seus 3 livros (Feitas para Durar, Feitas para Vencer e Como as Gigantes Caem) que sequencialmente tratam da ascensão e (eventual) queda das grandes empresas, fruto de mais de 20 anos de pesquisa e "milhares de anos de dados empresariais coletados".


O cerne da explanação é o gráfico abaixo (infelizmente em inglês apenas...) de 5 Estágios:



1) Orgulho excessivo que nasce do sucesso inicial.
2) Busca indisciplinada por cada vez mais.
3) Negação do risco e perigo.
4) Busca por salvação.
5) Rendição para a irrelevância ou morte.




No momento que você começa a achar que a Empresa é de fato Vencedora, é quando ela vai começar a cair.


O fracasso é como uma doença: às vezes você "parece" tão saudável e "de repente" cai doente. Na verdade a doença já estava lá, você que não notou os sintomas. E a origem, a causa dessa doença segundo Collins é a postura arrogante da gestão já desde o inicio, como uma bomba-relógio de longa contagem, ela acaba explodindo mesmo que mais tarde.


E uma decisão errada, mesmo que muito bem intencionada, ainda é uma decisão errada.
A liderança correta pode evitar isso. Afinal, um Líder sozinho NÃO faz o sucesso de uma empresa, mas sozinho ele pode sim, trazer o fracasso.
Se o Líder trabalhar para a Empresa e não para si, encontrar no sucesso da empresa e seus dependentes a razão de sua existência pode obter sucesso. Mas se fizer da liderança um ato  de autopromoção e vaidade, ficará sozinho e sozinho ele cai, mas com ele, a empresa. E um bom Líder não trabalha sozinho, precisa bons líderes com ele, caso contrário vira um gênio rodeado de "ajudantes", coisa circense, que não traz crescimento algum. 


E nesse "ônibus" como ele chama a empresa, o Líder deve por nas posições-chave pessoas que tenham Valores, os mesmos valores da empresa. Valores, segundo ele, NÃO podem ser ensinados. Quem tem fica, quem não... sai. "Se você tem câncer no seu braço, deve ter culhões para corta-lo fora se necessário para salvar o resto do corpo", diz Collins citando Darwin Smith da Kimberly-Clark.
As pessoas "certas" NÃO precisam de motivação, elas são automotivadas por definição. Tentar motivá-las, muitas vezes as insulta ou menospreza. Portanto um bom segundo escalão NÃO precisa ser motivado. Outros níveis sim. Entre "dizer as horas" ou "construir relógios", o Líder deve fazer o segundo. Um segundo escalão certo cresce conforme cresce a "cadeira".


Uma alegoria interessante de risco que Collins conta é o casco do navio. Há dois tipos de risco: acima da linha d'água e abaixo dela. Riscos abaixo evita-se porque podem afundar o navio. Riscos acima podem ser tomados porque mesmo ocorrendo avarias, o navio não afunda.


Quanto a capacidade de RECUPERAÇÃO, segundo Collins no estágio 4 ainda é possível, no 5 evidentemente não.


E nesse mundo de incertezas, segundo Collins, as empresas brasileiras, ou melhor, os empresários brasileiros tem uma arma que outros países não tem: já estão acostumados com um mercado incerto. Décadas de hiperinflação fizeram dos executivos brasileiros o suficiente resilientes para enfrentar mercados constantemente incertos como a América Latina. Ele brinca com uma experiência dele certa vez, com empresários argentinos que, jocosamente lhe disseram que lá o mercado é tão incerto que eles estavam com dificuldades de prever... o passado! 


Jim Collins toma como exemplo a história de James Stockdale, piloto americano abatido na Guerra do Vietnam no final dos anos 60 e mantido prisioneiro por 7 anos. Stockdale depois de livre escreveu um livro - 'In Love and War' - sobre suas experiências como prisioneiro de guerra e todas as incertezas inerentes. As constantes torturas e maus-tratos, a incerteza de sobreviver ou sair vivo daquela situação. Talvez não exista empreitada mais incerta que ser prisioneiro de guerra. Além das limitações e incertezas impostas, a pessoa é mantida impotente pelos seus captores. Diferente de um preso comum, que tem ao menos por certo o tempo de pena, o prisioneiro de guerra não tem por certo nem se amanhecerá vivo, e suas 'armas' para lutar são bem limitadas, basicamente a força moral e a fé.
Evidente que é uma situação extrema, mas Collins tomou a história de Stockdale (que foi reintegrado à Marinha americana onde aposentou-se mais tarde e depois ainda teve uma passagem pela carreira política, vindo a falecer em 2005) como um grande exemplo de como as incertezas devem ser tomadas como parte do jogo do negócio.


Um dos caminhos para manter o ritmo de crescimento ou reverter uma queda é alimentar sempre a criatividade. A criatividade é inerente ao ser humano. Todos são criativos. Mas muitas vezes a criatividade é ocultada por aspectos culturais, sociais ou psicológicos. E se as empresas perdem seus sonhos, como dizem os Rolling Stones, perdem também a mente. Havendo razão para continuar sonhando e o sonho sendo relevante e útil não somente para a empresa, mas também para colaboradores e sociedade, há jeito de recuperar a empresa. Do contrário é ladeira abaixo.


Jim Collins costuma encerrar suas palestras contando de seu encontro ainda no início de carreira com Peter Drucker. Naquela ocasião, Drucker como sempre, ouviu mais que falou e Collins ao despedir-se perguntou como poderia agradece-lo. Drucker teria respondido que nada havia por agradecer, pois ele aprendera muito com aquele jovem (típico do Drucker, eterno "aluno") naquele dia. Mas se quisesse fazer algo, que fizesse de si alguém útil. 
O famoso "Make yourself useful".






Do que podemos concluir que um Líder que se dedica à Empresa mais que a si mesmo, "faz algo de útil". Provavelmente sua Empresa não cairá...


Mais detalhes no portal da HSM:
Processo destrutivo do sucesso


Além disso, o próprio site do Jim Collins tem algumas ferramentas de diagnóstico dos Estágios, confira: http://www.jimcollins.com/tools.html
(em inglês)


Você pode conferir a resenha de "Como as Gigantes Caem" de Jim Collins.
Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.


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ExpoManagement: Inovação na Gestão - Gary Hamel

Gary Hamel trouxe não só a palestra mais eloqüente do segundo dia de ExpoManagement, como talvez o tema mais crítico do evento: Gestão (Management).
Porque Marketing, Triple Bottomline, Reinvenção do Varejo, Sustentabilidade, Cocriação, Design, etc. são temas essenciais sem dúvida, mas estão em uma camada sobre a Gestão em si. A Gestão é a base, o "sistema operacional" das outras áreas "aplicativos", fazendo ai um paralelo com TI. 

O que Hamel nos chama à atenção é que alguém precisa reinventar a Gestão, porque os dilemas e desafios da nova sociedade e novos mercados não podem ter Gestão nos moldes anteriores (atuais). Precisamos novos princípios de Gestão. 

Ele citou alguns exemplos de iniciativas isoladas o que simboliza que em breve essa mudança ocorrerá, ou seja, já temos empresas capazes de perceber essa necessidade que tem aplicado iniciativas aos seus próprios negócios. Questão de tempo, alguém vai achar a solução, o caminho, e a Gestão estará reinventada.

Hamel diz que são hoje 3 os grandes desafios:
. Mudanças aceleradas.
. Barreiras cada vez mais tênues.
. Diferenciação minimizada (até o conhecimento está se tornando commodity).

Para ele, a solução estaria na direção de:
. Construir vantagens evolutivas.
. Incorporar a cultura da Inovação no DNA das empresas.
. Embalar o conhecimento disponível de forma diferente (lembre-se do iPhone!).

Do ponto de vista de predicados dos colaboradores do futuro, ele agrupa-os em 2 grupos:

. Obediencia
. Diligência
. Inteligência
Esses todos comandáveis e por isso commodities hoje.

. Iniciativa
. Criatividade
. Paixão
Esses todos não podem ser comandados, apenas inspirados.
Portanto os líderes da nova Gestão devem ser Inspiradores para gerarem Inovação e Adaptabilidade dos times. Assim as pessoas apresentar-se-ão voluntárias para as tarefas, e não serão lhes impostas (como hoje), até porque, segundo ele, Liberdade e Disciplina não são trade-off. Uma pode sim, trazer a outra, desde que haja inspiração para tal.


Interessante que essa migração da importância dos atributos "comandados" para os "inspirados" também são abordados em um excelente trabalho sobre motivação externa x intrínseca por Daniel Pink. Vale ler a resenha.

Excelente palestra. Extremamente inspiradora e concientizadora!

Gary Hamel publicou em 2007 um livro que trata do assunto: 'O Futuro da Administração' em parceria com Bill Breen. 

Mais detalhes no portal da HSM:

Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.
Veja também a video-aula de Gary Hamel sobre a Reinvenção da Administração.

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ExpoManagement: Marketing 3.0 - Philip Kotler



Philip Kotler dispensa apresentações. É o "pai do Marketing Moderno".
Em sua palestra abrindo o segundo dia do Expomanagement 2010, ele explicou o conceito por ele mesmo cunhado do Marketing 3.0, tema de seu último livro de mesmo título.

A resenha você pode conferir no link, mas o conceito em poucas palavras é o seguinte:
. Marketing 1.0 - foco no produto;
. Marketing 2.0 - foco no consumidor;
. Marketing 3.0 - foco nos valores, no ser humano e no planeta.

Durante a palestra, Kotler passou pelos principais pontos do livro e fez algumas observações mais enfaticamente:

A real missão do Marketing é criar Empregos. Pois criando demanda, gerando vendas, cria mais Empregos. Já a tecnologia pode ser seu maior rival nessa missão, pois a automação tanto industrial quanto administrativa reduz a quantidade de mão-de-obra necessária. Portanto todos os empregados das empresas deveriam "amar" o povo de Marketing, que tem o poder de manter e criar seus empregos.

Gerenciar o suprimento (fornecimento, vendas) é fácil. Dificil é gerenciar (e criar !) demanda.

Contrate nerds /geeks para operar as redes sociais da empresa. Aliás o próprio Kotler intitulou-se um geek.

As novas mídias mudam o foco do ROI (return-on-investment) para o ROMA (return-on-marketing-assets).

A maioria da marcas que amamos estão perdendo a atratividade, o glamour. Apenas a Apple consegue manter seu momentum. Como fazer como a Apple?

O Marketing hoje na maioria das empresas tenta ser Estratégico, mas na prática não passa do Tático. Cada vez mais o foco Estratégico ganha importância. Kotler sugere então que as empresas passem a ter DOIS Deptos de Marketing: um Tático, downstream, focado nos produtos de hoje. Outro, Estratégico, upstream, focando nos produtos de amanhã.

Importante ressaltar que o Marketing 3.0 é orientado a valores, mas não no sentido de valor agregado ao consumidor, mas sim orientado a Valores (no plural), aqui no sentido de éticas corporativas, personalidade da empresa e marca, não atributos do produto:

- value driven -> valueS driven.

Kotler falou também de Cocriação, assunto que outros palestrantes trataram com mais profundidade e é um dos buzzwords desse ExpoManagement junto com Sustentabilidade e Reinvenção do Management. Segundo ele, Cocriação não é só fazer testes com usuários. É muito mais que isso. Falaremos mais a respeito nos comentários da palestra do Francis Gouillart.

Com as mídias sociais, as Marcas estão definitivamente saindo do domínio e controle das respectivas empresas. A Marca agora pertence ao consumidor. Cabe à Empresa "guiar", conduzir os consumidores na "gestão" da marca.

Pesquisa & Desenvolvimento (R&D) agora deveria mudar para Conexão & Desenvolvimento (C&D), uma vez que a rede de desenvolvedores terceiros, pagos ou wikis (colaborativos, gratuitos) já faz parte dos recursos de desenvolvimento das principais empresas de ponta.

Muitas empresas estão confundindo (ou nos confundindo) Sustentabilidade com algumas açõezinhas ecologicamente corretas. São o que ele chamou de Greenwashing (de Green Brainwashing), pura lavagem-cerebral de assessoria de imprensa com falsas ações verdes.
O grande dilema das empresas agora é "fazer o lucrativo ou fazer o certo". O certo vai ser o lucrativo no médio prazo. E voltamos ao ovo-galinha do Triple Bottomline do Elkington.

Por fim, Kotler recomendou à empresas atualmente no Marketing 1.0 NÃO "pularem" para o 3.0. O 2.0 é essencial para se ingressar no 3.0 (matéria pre-requisito na cadeira?).

Enfim, o "homem" sabe o que fala e, acima de tudo sabe COMO fala.

Mais detalhes no portal da HSM:


Leia também algumas resenhas de livros de Philip Kotler:


. Marketing 3.0
. Marketing de A a Z
. Os 10 Pecados Mortais do Marketing


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.

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ExpoManagement: Evoluindo com o Design - Hans Donner


Hans Donner dispensa apresentações, tanto como profissional superinovador, quanto pessoa carismática que é.
Sua palestra na Expomanagement 2010 focou em sua história no Design brasileiro bem como na importância na evolução do design para os negócios.
Em sua emocionate e emocionada narrativa (quem já viu o Hans contando algo sabe do que estou falando...), não faltaram vinhetas e lembranças de seus inúmeros trabalhos desde 1975 no Brasil.

Destaque especial para a "proposta" de nova Bandeira para o Brasil ou, ao menos, uma versão estilizada para ela.

Note o efeito 3D e a palavra "Amor" adicionada aos dizeres da faixa. Note também a observação de Hans de que a faixa oblíqua está "subindo" para a direita e não "caindo" como na Bandeira original. Diz ele: "Como o Brasil quer progresso se na Bandeira o progresso 'cai'....!?". Mandou bem.

Outro conceito que ele apresentou, não chega a ser novo em data, mas sem dúvida muito revolucionário:
- Timension inflexão de 'Time' + 'Dimension', dimensão do tempo.


Muito leviano tentar explicá-lo em poucas palavras, até porque já tive oportunidade de presenciar o Hans explicando-o por duas vezes em uma das empresas em que trabalhei.
Mas tendo de fazê-lo, em poucas palavras, é uma "representação artística da passagem do tempo". Não, não é um relógio. Mais que isso, representa a suave passagem do tempo. O anel central representa os segundos; o externo, os minutos e o intermediário, as horas.
A combinação de cores é customizável.

O conceito pode ser baixado como aplicativo para papel de parede para PC, celular, iPhone, etc.
Basta buscá-lo no site: http://www.timension.com.br/

Diversos são os projetos do Hans para uso dessa forma revolucionária de se representar a passagem do tempo.

Vamos esperar e acompanhar.

Boa sorte, Hans!

Mais informações no portal da HSM:

.Reinvenção do Brasil pelo design


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.

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ExpoManagement: Superfreakonomics e os Negócios - Steven Levitt



O co-autor de Freakonomics e Superfrekonomics, o economista Steven Levitt, palestrou no ExpoManagement 2010 contanto alguns dos "causos" de seus 2 livros.
Evidente que não vamos conta-los aqui, mas vale citar alguns: a queda da criminalidade em virtude da liberação do aborto, o tráfego de drogas como franquia, as pesquisas monetárias com micos.

Uma pérola da simplicidade que usou é "uma BOA idéia vale mais que várias más idéias." 
E "tudo é uma questão de incentivos".

Talvez o que mais agregou na palestra, além do jeito todo peculiar de Steven contar os "causos" que não deixa dúvida que se trata de um ótimo story teller, foi como o autor acabou economista formado em Harvard e PhD no MIT sendo péssimo aluno de matemática. Evidente que esse "causo" autobiográfico não deixaria de ter seus lados hilários, intuitivos e de contra-senso.

Em poucas palavras, ao chegar ao MIT já não conseguia mais esconder sua deficiência em matemática, não conseguindo distringuir nem a notação matemática entre Derivada e Derivada Parcial. Por outro lado, o MIT tinha dificuldades em desligar um aluno, devido ao brio próprio e a burocracia. Os professores em conjunto queriam desligá-lo, mas individualmente nenhum deles queria a tarefa. Nesse momento Steven, segundo o próprio, pensou em desistir. Mas foi seu pai, famoso médico, que o compeliu a continuar. Segundo o Doutor Levitt (pai) ele também teve dificuldades e sorte em se graduar. Mas quando foi se dedicar à pesquisa, o mesmo problema: foi orientado pelo seu superior que não tinha mínima condição de seguir na carreira acadêmica em pesquisa. Salvo uma única chance: se dedicar a uma área de estudo que nenhum outro colega tinha interesse: gases intestinais. Assim Dr. Levitt (pai) se tornou o maior especialista americano em... peido!
Portanto, Steven resolveu dedicar-se a toda Economia não-matemática. Justamente o que o levou ao Freakonomics.

Conclusivamente, ele também descreveu de suas próprias experiências, porque um Economista Consultor não se dá bem com Empresas é porque pesquisadores buscam respostas exatas para poucas perguntas e muitas vezes não tem respostas. Já nas empresas, são inúmeras perguntas a toda hora e SEMPRE existem respostas. Certas ou não.
Segundo Levitt, nas Empresas ninguém aprende porque acham que sabem de tudo.

Por fim ele nos propõe, executivos a fazer duas coisas ao menos uma vez na vida empresarial:
- dizer que não sabe.
- dar um feed-back a alguém que tomou uma decisão, dizendo se foi acertada ou não.

Esse é o Steven Levitt. Sempre surpreendendo pela simplicidade e pelo inusitado.

Mais informações, no portal da HSM:


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.

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