ExpoManagement: A Ciência no Novo Brasil - Miguel Nicolelis

    
(foto: HSM)

O prof. Miguel Nicolelis, famoso neurofisiologista brasileiro, contou na ExpoManagement 2012, um pouco de suas experiências em sua especialidade, principalmente no esforço em fazer paraplégicos poderem voltar a andar.

Segundo Nicolelis, a grande fronteira atual da humanidade está no cérebro humano. Estudando o funcionamento do nosso cérebro, Nicolelis e seus colegas de pesquisa da Duke University, descobriram que se conectarmos nosso cérebro diretamente a máquinas especialmente construídas para essa finalidade, é possível "compensar" deficiências físicas adquiridas, como perda de movimentos e tato. Isso porque quando as terminações nervosas de nosso cérebro não foram afetadas, ele continua com a habilidade de comandar movimentos, sentir e perceber. Usando primatas em experimentos, eles já foram capazes de fazê-los comandar apenas com o cérebro, movimentos de braços mecânicos, inclusive com respostas táteis. Ou seja, mesmo sem usar seus braços naturais, conectados a braços mecânicos, os macacos foram capazes de "sentir" tato e comandar esses braços mecânicos a realizarem ações como se fossem seus braços naturais usando apenas decisões do cérebro.

O atual conceito de eletrônica de MMI (Man-to-Machine Interface), Interface Homem-máquina, evolui para o BMI (Brain-to-Machine Interface), Interface Cérebro-máquina. Ou seja teremos em um futuro de médio prazo, máquinas comandadas por nossos pensamentos (medo!).

Do ponto de vista prático, isso significa que no futuro, pessoas que sofrerem lesões inabilitantes, amputações, etc, desde que equipadas adequadamente, poderão voltar a sentir tato e comandar braços e pernas mecânicas apenas com o cérebro, quase como pessoas sem deficiência alguma.



Nicolelis também colabora em um projeto chamado WalkAgain que objetiva exatamente fazer humanos deficientes voltarem a andar. Um dos objetivos é no jogo de abertura da Copa de 2014, o pontapé inicial ser dado justamente por um jovem paraplégico brasileiro vestindo um exoesqueleto inteligente ligado diretamente a seu cérebro. Genial hein!



Saiba mais sobre os trabalhos de Nicolelis no site do projeto WalkAgain ou pelo twitter.


Acompanhe a cobertura das demais palestras da ExpoManagement 2012 aqui.
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ExpoManagement: A Grande Virada - Howard Schultz

    
(foto: HSM)

Howard Schultz, CEO da Starbucks, acabou impedido de comparecer a ExpoManagement por complicações familiares com a passagem do furação Sandy, mas gravou uma video-palestra-entrevista com a coautora de seu livro "Em Frente!" (2011), Joanne Gordon, com exclusividade para o evento, falando de sua experiência a frente da empresa na crise mundial de 2008 e do desafio de tornar sua empresa Global.

O principal paradigma a ser mudado nas empresas, segundo Schultz, é mudar da geração de valor para os Acionistas para gerar valor para a Sociedade como primeira prioridade.

A Starbucks foi nos EUA, uma das primeiras empresas a oferecer seguro de saúde como benefício a seus colaboradores. Schultz também organizou em um momento de crise uma reunião com mais de 10 mil colaboradores em New Orleans, pouco tempo após o Katrina. Com isso, além de passar sua mensagem a seus colaboradores das mudanças necessárias, pode dar-lhes a oportunidade de ajudar pessoalmente na reconstrução da cidade e o dinheiro gasto na organização do evento daquela magnitude em muito ajudou a reconstrução da indústria turística e de eventos da cidade, além de companhias aéreas. Sem dúvida foi um movimento audacioso e até mal visto pelos acionistas de início, dados seus custos. No entanto, o objetivo de mobilizar a empresa funcionou. Seus colaboradores puderam entender que a prioridade de qualquer empresa, primeiro é gerar valor Social, depois para seus Acionistas como consequência. Um conceito similar de foco, temos na indiana HCLT.

Schultz também falou dos desafios de internacionalizar sua empresa e a experiência Starbucks de tomar café. Imaginem os desafios de fazê-lo na Ásia, onde a tradição é do chá e não do café, e não obstante a Starbucks não só obteve sucesso, como fomentou diversos copiadores por lá da ideia de lojas de experiência ao tomar café.

Interessante abordagem.

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ExpoManagement: Novo Capitalismo - Michael Porter

    
(foto: HSM)

O prof. Michael Porter é outro que dispensa apresentações. O "pai da Competição" falou na ExpoManagement 2012 sobre um novo conceito-chave seu, para a Sustentabilidade: a Criação Compartilhada de Valor, talvez o mais importante em todo o evento.

Porter defendeu que a inovação estratégica passará a vir dos Problemas Sociais, que não faz mais sentido encarar os problemas Sociais e Ambientais desassociados da geração de Riqueza e dos Negócios, portanto. Muito mais que simplesmente as empresas se preocuparem com o Tripple Bottom Line, precisam incluir a Base da Pirâmide Social na criação de valor. Ele nos lembra que apenas as Empresas podem gerar riqueza. Governos e ONGs podem sim, gerir riqueza, mas gerar não. Gerar é com as Empresas:

"O Capitalismo é mágica: cria valor, cria riqueza".

Porém as Empresas não tem se envolvido o suficiente na solução de problemas sociais e pior, tem sido erroneamente vistas como a causa desses problemas. Recentemente as ONGs viraram os "bonzinhos" e as Empresas os "maus". Hoje sabemos que não é bem assim.

Na visão tradicional, o papel das Empresas era maximizar o valor para seu acionistas - quem já não estudou isso na faculdade? - mas aos poucos, com o aumento dos problemas Sociais, a Filantropia ganhou espaço. Mas na verdade não resolveu nada. O modelo Filantrópico segundo Porter é positivo, mas não resolve por não ter o impacto social suficiente. Na sequência veio o modelo de Responsabilidade Social Corporativa, que também não teve sucesso, pois a Base da Pirâmide entra no lado errado da equação: não é para ela que deve se gerar valor, e sim COM ela. Sutil diferença que se torna nítida somente agora. 

O foco não deve ser criar produtos e serviços mais baratos para a Base da Pirâmide social consumir e sim, inclui-la na criação de valor que permita que o status quo social da Base possa ser alterado, mudar vidas. Não se trata de vender barato aos pobres, mas de gerar riqueza COM eles, em que ambos parceiros - pobres e empresa - ganhem.

Novos Produtos e Serviços devem endereçar Necessidades Sociais (e Ambientais) e não apenas de Consumo. A Cemex, citou Porter por exemplo, mais que vender cimento mais barato, pesquisa como construir moradias mais baratas e eficientes.

Um Novo Capitalismo vem surgindo:

Modelo do Valor para os Acionistas -> Modelo Filantrópico -> Modelo de Responsabilidade Social Corporativa -> Modelo de Criação Compartilhada de Valor

As oportunidades de Criação Compartilhada de Valor, segundo Michael Porter, estão principalmente nos setores de Energia, Compras, Logística e Canais, pois envolve 3 escopos do modelo de negócio:

1. Produto - Consumidores
2. Cadeia de Suprimento
3. Comunidades Envolvidas (consumidores, fornecedores, colaboradores, localidades afetadas)

Um novo posicionamento deve ser buscado pelas empresas em seus negócios, como exemplo:
. Alimentos -> Nutrição
. Calçados -> Saúde e Bem-estar

Governos e ONGs são essenciais para parcerias, mas sozinhos não são capazes de resolver pois não conseguem gerar Riqueza. As Empresas são as únicas instituições na malha social capazes de gerar Riqueza Social, mas não através de Filantropia e meras Ações de Responsabilidade social, e sim pela Criação Compartilhada de Valor.

Esse é o Novo Capitalismo de Michael Porter, que migra da maximização do Valor aos Acionistas, para a Criação Compartilhada de Valor.

Muito interessante o conceito. Nítida a oportunidade para os Países Emergentes nesse Novo Capitalismo.


Para saber mais sobre Michael Porter e suas ideias:
. Competição (resenha)
. As 5 Forças
. As 7 Surpresas para os Novos CEOs


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ExpoManagement: Estratégias Sustentáveis - Stuart Hart

   
(foto: HSM)

O prof. Stuart Hart da Cornell University, abriu o segundo dia de ExpoManagement 2012 falando de "Estratégias Sustentáveis para Inovação, Crescimento e Lucratividade".

Interessante que o tema Sustentabilidade vem evoluindo bastante nos últimos anos. Isso se reflete patentemente nas edições anteriores do ExpoManagement. Seja pela abordagem através do Tripple Bottom Line amplamente explicada por John Elkington, seja pelo foco da Vantagem Competitiva de Peter Senge, dois conceitos sem dúvida vinculados.

Além de Stuart Hart, abordaram o tema nesse ano, Fred Gelli, com um ponto de visão de Marca Sustentável e Michael Porter defendendo a Criação Compartilhada de Valor.

O mais importante e valioso é que já passamos da fase "Apocalíptica" alarmista e conscientizadora, estamos passando agora pela fase do Greenwashing, onde a maioria das empresas acaba adotando medidas cosméticas de sustentabilidade, proposital ou inocentemente, achando que apenas economizando energia elétrica, usando papel e outros recursos recicláveis e emitindo relatórios verdes dentro do padrão já se tornam empresas ecologicamente responsáveis e sustentáveis. O tom da conversa já evoluiu para a inclusão dos temas social e ambiental no ciclo de criação de valor e modelo de negócio. Quando esse conceito ficar mais nítido e totalmente compreendido pela maioria das empresas, principalmente as pequenas e médias, teremos de fato a 'Revolução Necessária' de Peter Senge.

O prof. Hart começou sua explanação falando dos desafios da Sustentabilidade que estão mudando os horizontes da Estratégia Corporativa. Criticou a atuação dos Governos em eventos como a Rio+20, citando a Economist: 
"A Globalização é dirigida pelo Oeste e imposta ao Resto (do Mundo)". 
"Os próximos 20 anos serão bem diferentes dos últimos 20", concluiu.

Segundo Hart, as empresas precisam engajar a Base da Pirâmide na atividade econômica. Até hoje fizemos as 'Estratégias Verdes', agora devemos partir para as 'Estratégias Além-do-Verde'. As Verdes trazem melhorias, as Além-Verde trarão ruptura e crescimento. 
Hoje a maioria dos produtos verdes é mais cara que os não-verdes. Por vezes as soluções trouxeram problemas maiores que os que tentavam resolver. As Estratégias Verdes focaram em tecnologias, as Além focarão na Base da Pirâmide. A inovação virá justamente da Base da Pirâmide, defendeu Hart. Ou seja, o aspecto Social será a Alavanca para o lado Ambiental. 

Esse "Salto Verde" é a convergência das Tecnologias Limpas com o modelo de negócio na Base da Pirâmide.

A 'Inovação Reversa' é um bom exemplo como isso pode ocorrer. Porém as primeiras iniciativas com a Base da Pirâmide não deram certo, porque achavam que bastava Vender mais barato: 
Necessidade não é igual a Demanda.
Preço Acessível não significa Compra.

Temos o mal hábito de querer saber tudo antes de tentar. Atender a Base da Pirâmide requer querer aprender e estar aberto à CocriaçãoHoje sabemos que o foco deve ser outro: não vender, e sim incluir economicamente. Como foi o caso do GrameenBank ,  GrameenPhone e as geladeiras populares ChotuKool na Índia.

Stuart Hart ficou conhecido ao escrever junto com C.K.Prahalad o artigo que deu origem ao famoso livro "A Riqueza na Base da Pirâmide".
Saiba mais sobre o palestrante no site dele.


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ExpoManagement: Diferenciação - Youngme Moon

   
(foto: HSM)

A profa. Youngme Moon de Harvard falou na ExpoManagement 2012 sobre "Estratégias Inovadoras de Diferenciação".

Até que ponto você é Diferente de seus concorrentes?



Estamos em uma fascinante época na história do consumo: a verdadeira Diferença tornou-se RARA entre as empresas.
Em sua palestra, Youngme abordou os pontos de seu famoso livro "Diferente", cuja resenha recomendo fortemente a leitura (aqui).


Somos experts de nossos mercados, mas os consumidores não. Podemos ver diferenças imperceptíveis aos olhos deles.
Vistos a uma certa distância, todos os produtos em uma determinada categoria ficam todos iguais: uma "mancha homogênea".

Ela citou os casos da Ikea (móveis) e do Mini Cooper (automóvel) como exemplos de empresas que souberam explorar seus pontos fracos, transformando-os em diferenciação e força para ganhar mercado, na contramão da razão.

Segundo Youngme, a real diferenciação nos negócios futuros, estará na oferta de algo escasso, no compromisso com alguma grande ideia e em ser extremamente humano. 

A diferenciação não é mais apenas uma tática, é uma forma de pensar.
Não existe nenhuma fórmula ou algoritmo para ser diferente.
Confira os detalhes e conceitos na resenha do livro.

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ExpoManagement: Vencedoras por Opção - Jim Collins

   
(foto: HSM)

Bom, Jim Collins dispensa apresentações.
Em sua video-palestra falou no ExpoManagement 2012 de seu último livro - Vencedoras por Opção - que trata principalmente de como empresas mesmo em tempos de crise, superam o mercado em até 10 vezes, as chamadas "10x".

Orador de rara habilidade, Collins usou, como em seu livro, da história da conquista do Polo Sul, para ilustrar a importância da Disciplina na manutenção da direção e busca pelo sucesso.

Sugiro a leitura da resenha do livro (aqui), que explica em detalhes o conceito.

Jim Collins também reforçou que o livro é apenas consequência ou melhor, sequência de seus estudos anteriores e, portanto livros anteriores. 
E portanto, lembrou alguns conceitos anteriores, e o principal: a mais importante tarefa de um Líder é escolher as Pessoas que estarão "no ônibus" com ele, e certificar-se que estão nos acentos corretos. Collins sempre Collins.

Jim Collins - o "homem das perguntas"! - terminou sua palestra apresentando 12 perguntas que segundo ele, toda empresa deveria refletir sobre. 
Ele sugere, abordar uma pergunta por mês em reuniões executivas:

1. Queremos construir uma grande Empresa? Estamos preparados para isso?
2. Temos as Pessoas certas no "ônibus" e nos "acentos" corretos?
3. Quais são os fatores brutais que podem mudar nosso mercado?
4. Qual é o nosso "ouriço"* que pode nos fazer voltar a ficarmos de pé, se cairmos?
5. Qual é a nossa "marcha de 20 milhas"? (ver a resenha) E a sua marcha pessoal?
6. Onde devemos apostar "balas de revolver"? (ver a resenha)
7. Quais valores vitais não queremos comprometer a nenhum custo?
8. Qual o nosso BHAG** de 15 e 25 anos?
9. O que pode nos matar? Como evitar?
10. O que devemos fazer parar de fazer continuar disruptivos?
11. Como podemos aumentar o ROL*** ? (ver a resenha)
12. Estamos virando um "Time Nível-5"****?

*Ouriço (hedgehog) = conceito de J. Collins para "algo que se faz com paixão, perfeição e com valor para os outros"
**BHAG = Big Hairy Audacious Goal (Meta grande audaciosa e "cabeluda")
*** ROL = Return-over-Luck (Retorno sobre a Sorte)
**** Nível-5 = nível de excelência quando o Líder ou Time já não trabalha para si, mas apenas para a organização

Não à toa, o Vencedoras por Opção foi escolhido melhor livro de negócios em 2011.

Confira outros posts que tratam de seus livros e palestras:
. Vencedoras por Opção (resenha)
. Como as Gigantes Caem (resenha)
. Gestão de Resultados (palestra)


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ExpoManagement: O Poder das Conexões - Alexandre Hohagen

    
(foto: HSM)

O brasileiro Alexandre Hohagen, presidente do Facebook para América Latina, falou da "Evolução da Internet e o Poder das Conexões" no ExpoManagement 2012.

Segundo Hohagen, a história da Internet pode ser dividida em 3 fases:
1) Era dos Portais
2) Era dos Buscadores
3) Era das Redes Sociais (atual)

As conexões evoluíram, respectivamente, de Dados-dados --> Pessoas-dados --> Pessoas-pessoas.

A eficiência computacional também evoluiu dos Main frames --> PC --> Smartphones & Tablets. TI agora, de fato, virou pessoal e portável.

Ele nos lembra que a Internet deixou de ser a "Rede mundial de Computadores" para ser, finalmente, a "Rede mundial de Pessoas", conectadas por diversos tipos de equipamentos.

A Internet deixou de ser fim, para ser meio, com o foco no essencial: Pessoas Reais no centro de tudo. Porque na Internet, as pessoas são reais, não apenas perfis.

Alexandre enumerou as quatro principais necessidades do ser humano conectado:
1. Informação
2. Entretenimento
3. Comunicação
4. Socialização

E portanto, é papel da Internet proporcionar plataformas que permitam isso às pessoas. E se é nessas plataformas que estão as pessoas, é nelas também que as Empresas precisam estar. As plataformas sociais são o novo "Mercado" onde as Pessoas Reais se encontram.

Acreditemos ou não, queiramos ou não, as pessoas estão se conectando e compartilhando online. A sabedoria de massa migrou para a sabedoria dos amigos, de quem conhecemos. O papel do consumidor frente ao marketing online, passou de Impressão para Expressão.

Hohagen descreveu diversos casos brasileiros de empresas que souberam conectar-se a seus consumidores através do Facebook, fazendo dele sua plataforma de marketing principal para determinadas ações ou complementando outras ações. Muito enriquecedor saber da criatividade e retornos obtidos por empresas nessa plataforma aqui em nosso País. Apenas para informação, hoje são mais de 52 milhões de brasileiros no Facebook, cerca de 5% do total mundial.

E você e sua empresa? Já se relacionam com seus clientes via Redes Sociais?
E está esperando o que, mesmo? :)

Saiba mais sobre o palestrante, obviamente no Facebook.

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ExpoManagement: Inovação em Redes Abertas - Joichi Ito

     
(foto: HSM)

O revolucionário digital Joichi Ito falou no ExpoManagement 2012 sobre a "Inovação em Redes Abertas", baseado em sua vasta experiência não apenas à frente do MIT Media Lab, mas como investidor de start-ups como Twitter, Flickr, Last.fm e como CEO do Creative Commons. 

Segundo Joichi, o mundo dos negócios precisa ser tratado como:
.AI = Antes da Internet
.DI = Depois da Internet

Pois a internet, segundo ele, teve papel fundamental na forma como a Inovação pode ser posta em prática. Alguns Princípios "DI" precisam ser observados, em oposição aos "AI":

1. Resiliência, mais que força
2. Puxar, mais que empurrar
3. Risco, mais que segurança
4. Sistemas, mais que objetos
5. Bússolas, mais que mapas
6. Prática, mais que teoria
7. Desobediência (mas com respeito!), mais que observância
8. Incipiência, mais que autoridade
9. Aprendizado, mais que educação

Na Era Industrial, o ideal era ser padrão, pontual, executante. Criatividade não era essencial, apenas desejável, por vezes indesejável. Mas isso hoje já mudou muito.

Antes da internet, primeiro vinha o modelo de negócio (como fazer dinheiro) depois entravam os engenheiros a desenvolver a solução tecnológica. Depois da internet isso se inverteu: primeiro os engenheiros desenvolvem algo, depois pensam como ganhar dinheiro com aquilo. Hoje faz-se pesquisa sem precisar saber onde se quer chegar ou provar, pois o custo ficou mais baixo. O custo da inovação muitas vezes é menor que o custo do tempo para aprová-la.

Redes e a Computação de baixo custo = Inovação de baixo custo

A inovação está ficando cada vez mais dispersa. Melhor entender seus padrões que os detalhes em si. As inovações colaborativas com o Wikipedia e o Linux são um ótimo exemplo.

Joichi deu também inúmeros exemplos de casos de soluções inovadoras desenvolvidas por times abertos, colaborativos. E recomendou resiliência, tentar e errar, deixar tentar e errar, de preferência erros de baixo custo, pois a inovação "DI" é composta de peças dispersas e desconexas que só depois de um tempo passam a fazer sentido.

Acompanhe o palestrante pelo Twitter: @joi

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ExpoManagement: Design Thinking - Roger Martin

    
(foto: HSM)

O professor da Rotman School do Canadá, Roger Martin deu inicio aos trabalhos da ExpoManagement 2012 falando sobre "como equilibrar o pensamento Analítico e o Intuitivo para inovar", princípio básico do Design Thinking.

Segundo Roger Martin, o Design Thinking - concepção inteligente - é a próxima vantagem competitiva nos negócios, porque endereça um viés fundamental no exercício de previsão estratégica: que o pensamento Analítico e o Intuitivo não se misturam.

O Pensamento Analítico fundamentalmente olha o Passado, busca evidências e confiabilidade. Em última instância encontra regras e fórmulas. Mas essas "fórmulas" são ótimas apenas para descrever o passado, o histórico estatístico.

Já o Pensamento Intuitivo fundamentalmente olha o Futuro, busca hipóteses e sua validade. 

Quem tenta olhar para o Futuro com Pensamento Analítico, buscando confiabilidade de previsões comete um erro crasso: para olhar-se o Futuro precisamos sim formular hipóteses e testar sua validade. Se é válido ou não, mas nunca exigir da hipótese alguma confiabilidade. 

Segundo Martin, o Conhecimento tem um "Funil":

(imagem: edutopia)

Tudo que inicialmente começa como um Mistério, e você nem sabe COMO pensar sobre ele, quanto mais explicá-lo. Aí, depois de muito estudá-lo, pode filtrar algumas hipóteses inválidas, chega a um nível Heurístico: você sabe como funciona, mas não a ponto de descrever seu comportamento futuro. Só depois de estudá-lo mais, chega-se a algum Algoritmo mais confiável.

Segundo Roger Martin, o Design Thinking está justamente na pequena porção em comum entre o Pensamento Analítico e o Intuitivo, onde se tem alguma Confiabilidade e Validade:
(imagem: tdmdb)

O prof. Martin dá 5 dicas de como defender as hipóteses intuitivas de um Design Thinking falando com Pensadores Analíticos:
1. Considere a antipatia à hipótese como um desafio;
2. Demonstre empatia aos avessos à hipótese;
3. Fale a linguagem da confiabilidade;
4. Use analogias e histórias;
5. Limite a hipótese ao mínimo possível para poder gerar provas suficientes depois;

Ele também dá 5 Dicas de como, ao contrário, falar com Pensadores Intuitivos:
1. Considere a antipatia à confiabilidade como um desafio;
2. Demonstre empatia aos avessos à confiabilidade;
3. Fale a linguagem da validade;
4. Compartilhe dados e reflexões, nunca conclusões;
5. Amplie a análise ao máximo possível para dar oportunidade à inovação;

Faz pensar bastante, já que ao defender inovações o ponto focal deve ser a Validade e não as Evidências e a Confiabilidade. E as Empresas, no caminho da inovação vão precisar aprender cada vez mais usar o Pensamento Intuitivo e o Design ThinkingSuper interessante!

Não à toa, o livro Fixing the Game (não achei edição traduzida - Brasil até agora) do prof. Roger Martin, que trata justamente desse tema, está entre os livros premiados pelo CEO-read em 2011.

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ExpoManagement 2012 - Último Dia


O último dos 3 dias de ExpoManegement 2012 teve os trabalhos abertos por Don Tapscott, criador do conceito de Wikinomics, que falou de Colaboração Universal em um Planeta Conectado. Muito revelador, cheio de exemplos de trabalhos colaborativos.

Em seguida, tivemos uma palestra de Graça Foster, sobre a história e plano estratégico da Petrobrás, que planeja dobrar produção e reservas até 2030.

George Bodenheimer, CEO da ESPN, deu sequência, contando um pouco da história da emissora e sua trajetória de um canal esportivo nos EUA a uma plataforma multimídia internacional.

A volta do almoço foi com o mestre Ram Charan que mais uma vez roubou a cena com uma verdadeira Aula (com A maiúsculo) sobre o Know How para Liderança com Resultados.

Na sequência, Jorge Abrahão da Ethos comandou um painel de CEOs sobre Oportunidades Sustentáveis para a Nova Economia no Brasil.


O evento foi encerrado com uma super palestra de Dan Ariely sobre Comportamento Irracional do Consumidor, com inúmeros exemplos de comportamentos inesperados das pessoas.


Não tem como não dar destaque à "aula" de Ram Charan, sempre um show de simplicidade na explicação e densidade nos conceitos.


Mais detalhes, palestra a palestra, publicaremos nos próximos dias.


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ExpoManagement 2012 - 2o.Dia


segundo dia de ExpoManegement 2012 ficou marcado com temas principalmente em torno de Sustentabilidade. Interessante que, diferente de edições anteriores, a Sustentabilidade que antes estava mais focada no chamado Tripple Bottomline (resultados Financeiros, Sociais e Ambientais), agora evoluiu para a incorporação da Criação Compartilhada de Valor. Muito interessante.

O prof. Stuart Hart abriu os trabalhos falando de Sustentabilidade e Inovação. Fez um balanço da evolução do tema e das bem e mal fadadas iniciativas nessa seara.

O consagrado Michael Porter deu sequência ao evento falando da  Criação Compartilhada de Valor, conceito que deu tom a outras palestras do dia.

Howard Schultz, CEO da Starbucks (impossibilitado de comparecer por problemas familiares com o furacão Sandy) participou via vídeo gravado que tratou das iniciativas sociais da empresa face a crise Americana e coincidentemente a outro desastre natural por lá, o Katrina. Excelentes exemplos de ações eficientes de iniciativa privada em casos de crises econômicas ou desastres naturais.

A volta do almoço foi com o prof. Miguel Nicodelis, pesquisador brasileiro de renome mundial que abordou as últimas descobertas da Neurociência. Ele também anunciou o projeto Walk Again que desenvolve um exoesqueleto comandado pelo cérebro para uso de paraplégicos. Segundo ele, planeja-se que o pontapé inicial da Copa de 2016 seja feita por um jovem paraplégico brasileiro usando essa veste. Sensacional!

Na sequência, Ken Robinson subiu para falar de Liderança e Cultura de Criatividade, e como nosso modelo escolar do último século vem castrando o desenvolvimento criativo, essencial  nos negócios em nossos tempos atuais.

O prof. Derek Abell, em seguida, abordou o dilema da Gestão dos Resultados de Curto x Longo Prazos, sugerindo formas de gestão paralelas, duais.


Este segundo dia de ExpoManagement 2012 foi encerrado com Fred Gelli, designer brasileiro que falou de Design e Sustentabilidade, com excelentes paralelos do design na natureza e como podemos aproveitar esses conceitos na gestão de "marcas vivas".

O destaque, na minha visão, foi dividido por Michael Porter, não só por sua relevância e contribuição à teoria da Competitividade, mas também pelo novo conceito de Criação Compartilhada de Valor que deve nortear os negócios nesse século; e por Sir Ken Robinson pela abordagem super humorada - british witt! - sobre como encaramos e podamos a criatividade em nossas vidas.

Mais detalhes, palestra a palestra, publicaremos nos próximos dias.


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ExpoManagement 2012 - 1o.Dia


O primeiro dos 3 dias de ExpoManegement 2012 foi marcado principalmente por temas de Inovação.

O prof. Roger Martin - pai do Design Thinking - abriu a programação falando sobre Inovação em meio a duas formas de pensamento: Analítico (foco na confiabilidade) e Intuitivo (foco na validade), em cuja intersecção está o design thinking. Interessante teoria, vai render um bom post.

De inovação também falou o segundo palestrante, Joichi Ito, mais precisamente sobre Inovação na Era das redes Abertas, contando suas experiências como patrocinador de Start-ups e à frente do Laboratório de Inovação do MIT. Casos muito interessantes.

A terceira palestra foi de Alexandre Hohagen, presidente do Facebook (LatAm), que falou sobre a Evolução da Internet e o Poder das Conexões, exemplificando com inúmeros casos brasileiros de pessoas e empresas nessa rede social.

A volta do almoço foi com uma videoconferência de Jim Collins falando de seu último livro 'Vencedoras por Opção', explicando porque certas empresas superam a média do mercado, mesmo sob condições de crise.

Na sequência, a profa. Youngme Moon falou sobre seu famoso livro 'Diferente', sobre Estratégia e Diferenciação. 


Este primeiro dia de ExpoManagement 2012 foi encerrado com Cenários do ex-presidente do Banco Central Brasileiro, Gustavo Franco.

O destaque, na minha visão, foi justamente a diferente abordagem de Youngme Moon sobre a estratégia de algumas marcas que ousam em contrariar o censo comum ao oferecer valor aos seus consumidores.

Já aproveitei e fiz minha inscrição para a edição do próximo ano e evidentemente comprei alguns livros para em breve fazer resenhas... 
(ôoo vício!)

:)

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